Escola de Pais

AMAR A FAMÍLIA OU COMPRAR UMA FAMÍLIA?
Texto do Momento Espírita (www. momento.com.br)
Desde pequenos um hábito se instala em nós: resolver problemas comprando coisas. Você já percebeu como essa situação é bastante comum?
Começa quando as crianças vêem anúncios na TV e pressionam os pais para que lhes comprem brinquedos e doces.
Por sua vez, pais e mães também são levados a acreditar que seus filhos serão mais felizes se tiverem mais e mais coisas materiais.
É o consumismo se instalando. Em vez de enfrentarem essa crise educando a criança, em geral os pais a satisfazem.
É uma atitude que reforça a crença de que se pode ter tudo e que as coisas materiais são a razão da felicidade.
Muitos pais, inclusive, tentam compensar as longas horas ausentes de casa fazendo compras exageradas.
Enchem os filhos de objetos e, rapidamente, as crianças aprendem a negociar. Tornam-se cada vez mais exigentes e consumistas.
Na adolescência, as compras continuam: aparelhos eletrônicos substituem os brinquedos. São celulares, computadores e jogos eletrônicos de imediato substituídos, quando surgem novos modelos.
As mesadas se tornam maiores e logo os filhos desaparecem de casa, em companhia de amigos. Vivem em noitadas intermináveis, com fácil acesso ao álcool, fumo e drogadição.
O passo seguinte é comprar-lhes um carro, um apartamento…
E cabe então a pergunta: Nessas quase duas décadas em que vivem com os pais, que aprenderam? Que exemplos receberam?
Será que conhecem verdadeiramente seus pais? Estão preparados para amar ou para comprar?
E o que dizer dos pais? Será que realmente conhecem seus filhos? Sabem de seus sonhos e aspirações? Já ouviram suas frustrações e problemas?
Chega-se então ao mundo adulto. E as situações infelizes continuam a ser resolvidas à base de compras.
Roupas e sapatos, carros, vinhos, jóias. A ostentação esconde a infelicidade.
Falsa é essa felicidade baseada em ter coisas. Ela estimula o materialismo e destrói o que temos de mais belo: a convivência familiar, a construção de lembranças preciosas.
Amar a família inclui sustentá-la em suas necessidades, prover o estudo dos filhos, garantir alimentação e lazer.
Mas, muito diferente é substituir a presença do amor pelo presente – por mais ricamente embalado que seja.
Um filho é uma dádiva Divina. Uma responsabilidade que inclui não apenas dar-lhe coisas materiais, mas dar-lhe suporte emocional, psicológico.
É preciso falar com os filhos, conhecê-los, sondar o que pensam, refletir sobre o que fazem.
O mesmo vale para o casal: depois de alguns anos de convivência, as conversas, antes tão íntimas, costumam ser substituídas por presentes, como flores e jóias.
Aos poucos se esvai a cumplicidade, a parceria e até a atração.
E os pais? Envelhecem sozinhos, cercados de enfermeiras ou de pessoas pagas para tomar conta deles. Velhos pais, isolados, com suas manias e conversas que ninguém quer ouvir.
Quão felizes seriam com visitas e conversas mais longas.
Por tudo isso, reflita hoje: Estou amando ou comprando minha família?
Redação do Momento Espírita.
Em 20.02.2008.


Criança precisa de rotina

Para os pais que acreditam que o filho precisa ter tudo o que eles não tiveram, melhor rever o conceito. Os filhos precisam de pais presentes, precisam de rotina: saber onde dormem, o horário das refeições, saber que alguém irá buscá-los após a escola, que em função da separação dos pais a semana ele passará com a mamãe e o final de semana com papai e será amado em ambos os contextos. Precisam de alguém que os ensine a não maltratar os animais, não contribuir para o crescimento do preconceito, a devolver o brinquedo do amiguinho que pegou num momento de inveja, dentre outras regras de conduta que, quando não apontadas contribuem para a formação da personalidade psicótica/perversa.
Não é luxo, não é tecnologia, nem viagens à Disney, tampouco é “fast-food” diariamente, apenas o bom e velho amor associado ao tempo de qualidade. Menciono apenas o necessário para a sobrevivência e formação do caráter, o restante são vantagens que podem ser agregadas com moderação, caso caibam no orçamento familiar. Lembrando que, é preferível ter a presença dos pais, do que os bens materiais e a ausência de carinho, de olhar e escuta. A criança vai à praia de fusca e come pão com mortadela feliz da vida. Já o adulto, frequentemente fantasia o que agrada a criança e se estressa mantendo vários empregos para pagar pacotes de viagens internacionais que ocorrem a cada não sei quantos anos.
Vemos exemplos de pessoas que vieram de lar cujos pais eram adictos, e a família era complicada, entretanto, são adultos saudáveis, criativos e bem sucedidos. Outros que vieram de lares aparentemente perfeitos, tendo tudo ao alcance e são pessoas desajustadas emocionalmente. É muito relativo, a criança precisa de uma rotina que transmita segurança, que faça com que ela se sinta amada e desejada e isso ela pode ter morando num casebre ou num castelo. Aos olhos de alguns, criança feliz é criança que tem de tudo, aos olhos de estudiosos do comportamento, criança feliz é criança que tem o necessário e que sabe ser frustrada em algum momento, afinal a vida frustra.
Embora possam ter falhado conosco em algumas áreas, não por negligência mas, por ignorar o peso de determinados atos e palavras para nós, nossos pais nos transmitiram uma bagagem cultural importantíssima:
☕ Sabe por que apreciamos um pão francês com manteiga e uma xícara de café pela manhã? Rotina compartilhada na mesa de refeições com a família.
Sabe por que ainda insistimos em comer um bolo no dia de nosso aniversário? Rotina que lembra a infância, as festinhas que mamãe fazia, onde ela mesma preparava e recheava o bolo com leite condensado cozido na pressão.
Sabe por que cumprimentamos as pessoas? Rotina observada quando saíamos as ruas com nossos pais e avós.
Sabe por que apreciamos: comer peru no natal, comer macarrão aos domingos, repetir o arroz com feijão e o ovo frito, tomar café e molhar o pão na canequinha, ler bela adormecida, ir à igreja, ir ao cinema, ouvir determinadas músicas … tudo rotina! Hábitos e valores que nos foram transmitido, os quais levamos pela vida e vamos multiplicando através das gerações, com o intuito de ter nossos queridos sempre por perto presencialmente ou na memória.
Não precisamos reproduzir o que é ruim, se temos convicção que algo nos afetou e marcou nossa vida, vamos evitar levar adiante e comprometer a relação com nossos filhos, amigos, e cônjuges. Façamos uma releitura sem pressa de nossa infância, veremos que somos o que somos porque tivemos base e chão firme sob nossos pés, não porque nos foi oferecido games e roupas de grife . Talvez tivemos acesso ao básico do básico mas, não nos faltou o essencial: carinho, amor, disciplina e ROTINA.
Gilsemeire Campos
Psicóloga Coach
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REGRAS DE SAÚDE 

1 – Guarde o coração em paz, à frente de todas as situações e de todas as cousas. 
Todos os patrimônios da vida pertencem a Deus. 
2 – Não há equilíbrio sem harmonia espiritual. Apoie-se no dever rigorosamente 
cumprido. 
3 – Cultive o hábito da oração. A prece 
é a luz na defesa do corpo e da alma. 
4 – Ocupe o seu tempo disponível com 
o trabalho proveitoso, sem esquecer o 
descanso imprescindível ao justo 
refazimento. A sugestão das trevas chega até 
nós pela hora vazia. 
5 – Estude sempre. A renovação das 
ideias favorece a sábia renovação das células 
orgânicas. 
6 – Evite a cólera. Enraivecer-se é animalizar-se, caindo nas sombras de baixo 
nível. 
7 – Fuja à maledicência. O lodo agitado atinge a quem o revolve. 
8 – Sempre que possível, respire a longos haustos e não olvide o banho diário, 
ainda que ligeiro. O ar puro é precioso alimento e a limpeza é simples obrigação. 
9 – Coma pouco. A criatura sensata come para viver, enquanto a criatura 
imprudente vive para comer. 
10 – Use a paciência e o perdão infatigavelmente. Todos nós temos sido 
caridosamente tolerados pela Bondade Divina milhões de vezes e conservar o coração 
no vinagre da intolerância é provocar a própria queda na morte inútil.

André Luiz (Chico Xavier) – Aulas da vida – IDEAL

Mãe, eu preciso ir..

Mãe
Talvez você demore a compreender, talvez você chore incontáveis noites por ver o ninho vazio, talvez você me ligue com aquela voz embargada, sofrida, de quem está guardando um mundo de saudade em um nó na garganta, mas mãe, eu tenho que ir.
Tenho que aprender a separar a roupa por cores na hora de lavar, tenho que descobrir que a louça continua na pia no dia seguinte, que cheiro de banheiro limpo é bom, principalmente quando fui eu que limpei.
Tenho que aprender a cozinhar mais coisas além de macarrão com salsicha, conto com a internet para me ajudar com isso. Tenho que aprender que o meu salário precisa durar 30 dias e que balada e cerveja não são lá as necessidades mais básicas.
Tenho que me sentir só, tenho que falar para as outras pessoas “minha mãe sempre diz que..” e sentir orgulho dos inúmeros conselhos que você me deu na vida e nem sempre eu dei muito valor. Tenho que identificar as amizades ruins, coisa que você fazia por mim antes, tenho que ser forte e segurar aquele palavrão que o meu chefe merecia mas você me ensinou que um profissional sério não sai de si tão facilmente.
Tenho que criar meus próprios ritos de sábado à tarde, que antes eram fazer bolo e dançar loucamente na cozinha com você. Tenho que tirar o pijama aos domingos, fazer almoço, fazer o jantar e não simplesmente ler um livro enquanto espero que você faça tudo por mim.
Tenho que assistir aquele filme incrível sem companhia e não ter ninguém pra chorar timidamente comigo, tenho que sentir falta do abraço que era a fortaleza que eu precisava em um dia ruim e da sinceridade que me ensinava a ser um ser humano melhor todos os dias.
Mas não pense que é fácil para mim, vai doer todos os dias da minha vida, não voltar para casa e ver seu sorriso tranquilo, poder contar cada detalhe do dia e não sentir um mínimo sinal de tédio no seu rosto.
Vou sentir saudade mesmo quando eu tiver dois filhos, mesmo quando eu tiver oitenta anos, mesmo quando eu tiver escrito o melhor livro da história.
Preciso ir mãe mas te levo sempre comigo.

Samanta Selzler


Afinal, qual é a importância do começo da vida para o desenvolvimento infantil?



No próximo dia  5 de maio, o filme "Começo da Vida", dirigido por Estela Renner, estréia em todo o Brasil. O documentário aborda, principalmente, a importância dos primeiros anos de vida de uma criança para o seu desenvolvimento, e traz uma dimensão macro do que isso significa para o desenvolvimento social, extrapolando o universo familiar de cada criança e a trajetória pessoal da criança.
O filme costura depoimentos de especialistas em desenvolvimento infantil e de famílias das mais diversas culturas, etnias e classes sociais, para construir uma delicada e informativa narrativa.
Confira a seguir trechos desses depoimentos:
Alisson Gopnik, Psicóloga e professora da Berkeley University – Estados Unidos
“Os cérebros dos bebês são ‘máquinas incríveis de aprendizagem’. Antes, pensavam que eles nasciam como ‘tábulas rasas’, mas hoje descobriram que os bebês já nascem sabendo de muitas coisas que estão ao seu redor. Começam a aprender desde o momento que estão no útero materno”
Andrew Meltzoff , Pesquisador da Universidade de Washington – Estados Unidos
"Em três anos, o recém-nascido passa a ser uma criança que pode andar, falar e até mesmo mentir sobre algumas coisas e ter empatia pelos outros"
Anna Maria Chiesa, Professora Associada no Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva da EESUP – Brasil
"Os pais precisam estar presentes para construir vínculos com seus filhos"
Chiara Spaggiari, Professora em Reggio Emilia – Itália
"A criança precisa ser deixada livre para observar, escolher e experimentar as coisas de diversos jeitos. Elas aprendem juntamente com os adultos e com as outras crianças"
Flávio Cunha, Economista da Universidade de Rice – Estados Unidos
"Conversar com a criança é fundamental pra o desenvolvimento da linguagem e, principalmente, responder quando a criança fala"
Jack P. Shonkoff , Diretor do Center on the Developing Child, Harvard - Estados Unidos
"O cérebro dos bebês faz novas conexões cerebrais em uma velocidade muito alta. Desde o nascimento, todas as suas interações com o ambiente influenciam no desenvolvimento cerebral e vão determinar como a criança vai crescer a partir dos estímulos que recebeu desde recém nascida. Fora o ambiente, as pessoas que interagem com essa criança são o mais importante na vida dela"
Jean Marc, Obstetra e acupunturista – França
"Nos momentos que os bebês são deixados em paz para viver a sua própria realidade, eles sonham, observam, sem fazer barulho, é um momento único. Eles têm tempo para sentir a sua existência"
Joan Lombardi, Diretora do The Children’s Project LLC – Estados Unidos
"Licença maternidade não paga é inviável para muitas famílias. É importante, nos primeiros meses, encorajar alguém a ficar com o bebê período integral e a licença maternidade remunerada possibilita isso"
James Heckman, Prêmio Nobel de Economia – Estados Unidos
"O papel da mãe é sublime. O capital humano que a mãe investe na criança é uma parte importante da economia e que normalmente não é reconhecido pela sociedade. Quanto mais se investe financeiramente na educação das crianças, o retorno volta no futuro. É tornar o cidadão mais produtivo e com isso há a redução da desigualdade social"
José Martins Filho, Presidente da Academia Brasileira de Pediatria – Brasil
"O afeto e carinho é que mais importa na formação de uma criança"
Leah Ambwaya, Ativista pelos Direitos das Crianças – Quênia
"É importante ouvir o que as crianças têm a dizer. Porque mesmo pequenas elas querem se comunicar e o ato já significa algo"
Manda Aufochs Gillespie, Autora do livro “Green Mama” – Canadá
"A taxa de amamentação é muito baixa nos Estados Unidos porque as mães tem que voltar a trabalhar muito cedo. Em países como a Finlândia em que a licença maternidade é maior e que também têm licença paternidade, a taxa é mais elevada. O pai em casa ajuda a mãe a conseguir que o processo de amamentar aconteça"
Patricia Kuhl, PhD – Especialista em linguagem dos bebês e pesquisadora pela Universidade de Washington – Estados Unidos
"O cérebro nesses primeiros anos está sendo desenvolvido a partir das experiências com interação. Isso pode ser bom, se esses momentos forem marcados por conversas, socialização, brincadeiras e imaginação. Mas se a vida do bebê for marcada por experiências ruins, o potencial fica limitado"
Paula Strozzi, Pedagoga e educadora em Reggio Emilia – Itália
"Como professora ou como mãe não ofereço qualquer coisa para a criança. Ofereço histórias, relações e também beleza. O ambiente que oferecemos as crianças é muito importante. Não precisa ter tanto espaço ou tantas coisas. A questão é que valor dar para aquilo"
Pia Rebello Britto, Presidente do Global Head of Early Childhood Development, UNICEF - Inglaterra
"Os pais tem que conversar com os filhos, quanto mais palavras a criança aprende, maior é o seu desenvolvimento cerebral. Crianças de famílias pobres ouvem 30 milhões a menos de palavras antes dos 4 anos do que crianças de famílias profissionais"
Raffi Cavoukian, Músico – Canadá
"As crianças estão formando a percepção de quem elas são e do mundo em que estão"
Renata Meirelles, Educadora e Pesquisadora do Brincar – Brasil
"A essência da criança está no brincar. Descobrindo coisas novas sem um objetivo final, a própria criança é o objetivo da brincadeira"
Simona Bonilauri, Pedagoga em Reggio Emilia – Itália
"A criança em contato com a natureza explora toda a sua corporeidade"
Simona Spaggiari, Atelierista na cidade italiana de Reggio Emilia – Itália
"O contato com a natureza é um belo instrumento que ajuda na construção do homem"
Stanislav Grof, Psicanalista e um dos criadores da Psicologia Transpessoal – Estados Unidos
"O nascimento é o primeiro grande desafio vencido para a criança, ela já é um grande herói ou heroína. A relação que a criança tem com mãe determina o mundo pelo qual ela vai entrar"
Vea Vecchi, Atelierista de Reggio Emilia – Itália
Vea Vecchi, Atelierista de Reggio Emilia – Itália
"Cada criança que nasce é uma ‘espécie de surpresa para humanidade’, por isso temos que acolher cada recém nascido com esse espírito"
Vera Cordeiro, Médica e Fundadora da Fundação Saúde Criança – Brasil
"Como a gente pode pensar em um mundo de paz, de colaboração e de bem-aventurança onde o começo da vida não é levado em conta?"
Vera Iaconelli, Psicanalista e diretora do Instituto Brasileiro de Psicologia Perinatal Gerar – Brasil
"O ambiente da criança tem que ser o ambiente dos pais. Muitas vezes eles se preocupam em criar para ela um quarto cheio de brinquedos pedagógicos e na verdade a experiência mais rica é experimentar brincar com as panelas da casa, associar objetos diferentes em brincadeiras"
"Cada criança que nasce é uma ‘espécie de surpresa para humanidade’, por isso temos que acolher cada recém nascido com esse espírito"

POR QUE OS JOVENS SÃO TÃO DIFERENTES DA CRIANÇA QUE FORAM UM DIA?

Surpresa com a mudança de temperamento que se verifica com alguns jovens no período final da chamada adolescência, uma leitora perguntou-nos se o Espiritismo tem alguma explicação para isso.
JUVENTUDE POR QUE OS JOVENS SÃO TÃO DIFERENTES DA CRIANÇA QUE FORAM UM DIA
Sim. Trata-se de um assunto tratado com clareza na principal obra de Allan Kardec, como podemos ver no texto que adiante reproduzimos:
– Que é o que motiva a mudança que se opera no caráter do indivíduo em certa idade, especialmente ao sair da adolescência?
É que o Espírito se modifica? “É que o Espírito retoma a natureza que lhe é própria e se mostra qual era.” (O Livro dos Espíritos, questão 385.)
Na sequência da resposta, os instrutores espirituais disseram mais o seguinte:
“As crianças são os seres que Deus manda a novas existências. Para que não lhe possam imputar excessiva severidade, dá-lhes ele todos os aspectos da inocência. Ainda quando se trata de uma criança de maus pendores, cobrem-se lhe as más ações com a capa da inconsciência. Essa inocência não constitui superioridade real com relação ao que eram antes, não. É a imagem do que deveriam ser e, se não o são, o consequente castigo exclusivamente sobre elas recai.
“Não foi, todavia, por elas somente que Deus lhes deu esse aspecto de inocência; foi também e sobretudo por seus pais, de cujo amor necessita a fraqueza que as caracteriza. Ora, esse amor se enfraqueceria grandemente à vista de um caráter áspero e intratável, ao passo que, julgando seus filhos bons e dóceis, os pais lhes dedicam toda a afeição e os cercam dos mais minuciosos cuidados. Desde que, porém, os filhos não mais precisam da proteção e assistência que lhes foram dispensadas durante quinze ou vinte anos, surge-lhes o caráter real e individual em toda a nudez. Conservam-se bons, se eram fundamentalmente bons; mas sempre irisados de matizes que a primeira infância manteve ocultos.” (Obra e questão citadas.)
Concluindo as explicações, os Espíritos acrescentaram:
“A infância ainda tem outra utilidade. Os Espíritos só entram na vida corporal para se aperfeiçoarem, para se melhorarem. A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que terão de dar contas.
“Assim, portanto, a infância é não só útil, necessária, indispensável, mas também consequência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo.” (Obra e questão citadas.)
Reportando-se ao tema no seu livro O Consolador, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, Emmanuel reafirmou o ensinamento acima e a ele acrescentou informações importantes que vale a pena reproduzir para o leitor.
Escreveu Emmanuel:
“O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos. Até os sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e a estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar.
Eis por que o lar é tão importante para a edificação do homem, e por que tão profunda é a missão da mulher perante as leis divinas.
Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de educação moral, que formam o caráter, tornam-se mais difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânico material, e, atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então, só o processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas, porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a Luz interior dos sagrados princípios educativos.” (O Consolador, questão 109.)
Resumindo: o jovem, ao final da adolescência, é a mesma pessoa da anterior existência, com outro nome e outra roupagem, mas o mesmo Espírito. Se experimentou alguma melhora, essa se refletirá no seu comportamento. Se tal não ocorreu, estaremos diante do mesmo indivíduo, com as virtudes e também os defeitos que ostentou no passado.
Por: Astolfo O. de Oliveira Filho – aoofilho@gmail.comTranscrito do jornal O IMORTAL – Nº 739 – Setembro/2015

Crianças trans não estão fingindo. Elas existem



Por: Fernanda Allegretti


Em entrevista a Oprah Winfrey em 2008, Brad Pitt disse que Shiloh, a primeira de seus três filhos biológicos com Angelina Jolie, só queria ser chamada de John. "John ou Peter. Eu digo: 'Shi, você quer suco?' E ela: 'John. Eu sou John'." Shiloh tinha então 2 anos. Em 2010, falando à Vanity Fair, Angelina contou que a filha, àquela altura com 4 anos, gostava de se vestir como menino e queria ser um menino. Em 2014, Shiloh, hoje prestes a completar 10 anos, apresentou-se de terno e gravata à cerimônia de estreia de um filme dirigido pela mãe. Brad Pitt e Angelina Jolie estão certos em apoiar o comportamento da filha? Deveriam desestimulá-lo? O que eles fazem ou deixam de fazer afetará o futuro de Shiloh? Há pouquíssima informação científica para orientar pais em situação como a do casal de atores. Mas um raro estudo com crianças transgênero, publicado no ano passado no jornal Psychological Science, pode ajudar a jogar luz sobre a questão. O trabalho foi liderado pela psicóloga Kristina Olson, da Universidade de Washington. Nele, 32 crianças transgênero, com idade entre 5 e 12 anos, foram submetidas a exames como Teste de Associação Implícita para medir a velocidade com que associavam aspectos de gênero masculino e feminino à própria identidade. Os autores concluíram que as crianças trans mostraram uma identificação tão automática com o gênero que escolheram quanto as crianças cisgênero (que, ao contrário das trans, identificam-se com seu sexo de nascimento). A conclusão de Kristina: "Embora sejam necessários mais estudos, nossos resultados mostram que as crianças trans não são confusas, rebeldes nem estão simplesmente fingindo ser o que não são. Crianças trans existem, e a identidade que cultivam está bastante arraigada nelas".

Matéria publicada na Revista Veja, em 12 de fevereiro de 2016.


Jorge Hessen* comenta
As almas ou Espíritos não têm “sexo”. Os sexos só existem no organismo para a reprodução dos corpos físicos. Mas os Espíritos não se reproduzem no além, razão pela qual órgãos sexuais são inúteis no “ultra tumba”. Eis aí um tema um tanto quanto instigante. Todavia, após leitura atenta e uma boa compreensão do texto abaixo, será possível a assimilação de juízos e aprendizado.
Aos 2 anos de idade, Tyler, que nasceu menina, disse com todas as palavras para seus pais: “eu sou menino”. Entretanto seus pais insistiram com ele que não. Mostraram fotos do órgão sexual e argumentaram que ela havia nascido com corpo de menina. Tyler respondia: “quando vocês me mudaram?”. Dois anos depois, um psicólogo confirmou a condição: Tyler sofria mesmo de Transtorno de Identidade de Gênero, e recomendou que os pais começassem a tratar a criança como um menino. A “filha”, então, passou a ser carinhosamente tratada como menino.
A transexualidade é um assunto muito polêmico, e menos discutido do que deveria. Talvez por isso não se compreenda exatamente do que se trata, e essa condição seja motivo de tantos casos de preconceito. Consagradamente transexual é a pessoa que nasceu com um determinado sexo, mas não se identifica com ele. E esse transtorno mental e de comportamento leva tal indivíduo a procurar tratamentos hormonais e até fazer cirurgias para mudar o corpo.
Uma pessoa pode ser cisgênero ou transgênero. O cisgênero se identifica com o gênero correspondente ao sexo biológico, ou seja, se possui órgão sexual feminino é uma menina, se possui órgão sexual masculino é um menino. É o que todo mundo considera regra. Já o transgênero é a pessoa que contesta essa regra, que não tem seu gênero definido pelo sexo biológico. Uma pessoa transexual se identifica com o gênero oposto ao sexo com que nasceu. O transexual é transgênero, mas nem todo transgênero é transexual.
Um estudo recente realizado pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos, publicado pela revista Psychological Science, concluiu que as crianças transgênero começam a reivindicar um gênero diferente, ao mesmo tempo que as crianças cisgênero se identificam com o gênero correspondente ao sexo biológico, por volta dos 2 anos. É como se a criança olhasse no espelho e não se reconhecesse. É uma expectativa constante de que ela vá acordar no corpo certo.
A partir de 2013, a justiça alemã garantiu aos pais de recém-nascidos transgêneros três opções para registrar seus filhos: “masculino”, “feminino” e “indefinido”.(1) Quando existe uma criança transgênero na família, talvez seja importante a procura por apoio moral e psicológico para lidar com esse momento desafiador e estabelecer um canal aberto de comunicação entre os familiares. Por isso, a ajuda de profissionais como pedagogos e psicólogos é oportuna. Mas, na hora de procurar auxílio, é muito importante que tais especialistas entendam sobre identidades transexuais, para que o caso não seja tratado como uma doença, o que de fato não é. O profissional também ajudará a criança a lidar com os preconceitos que ela enfrentará no transcurso da vida.
A sociedade dará sinais de avanço quando compreender que o ser humano não se reduz à morfologia de “macho” ou “fêmea”. O Espírito Emmanuel adverte que “encontramo-nos diante do fenômeno “transexualidade”, perfeitamente compreensível à luz da reencarnação. Inobstante as características morfológicas, o Espírito reencarnado, em trânsito no corpo físico, é essencialmente superior ao simples gênero masculino ou feminino. Aprenderemos, gradualmente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos, para se erguerem como agentes mais elevados de definição da dignidade humana, de vez que a individualidade em si exalta a vida comunitária pelo próprio comportamento na sustentação do bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no jogo da delinquência.”(2)
Para os mensageiros do além, “as características sexuais dos Espíritos fogem do entendimento humano, até porque são os mesmos os Espíritos que animam os corpos de homens e mulheres. Para o Espírito, (re)encarnar no corpo masculino ou feminino [ou sexualmente “indefinido”] pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar.”(3) Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. “Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo [experiência masculina ou feminina], como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como homem [ou mulher] encarnasse só saberia o que sabem os homens e ou as mulheres.”(4)
É urgente amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instrução à maioria heterossexual. E para que isso se verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à frente da vida eterna, “os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedência, nos domínios do sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e Misericórdia. Isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimidade da consciência de cada um.”(5)

Referências bibliográficas:
(2) Xavier, Francisco Cândido. Vida e Sexo, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1997, Cap. Homossexualidade;
(3) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Parte 2ª – Capítulo IV – DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS – Sexo nos Espíritos, questões 200, 201 e 202;
(4) Idem;
(5) Xavier, Francisco Cândido. Vida e Sexo, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1997, Cap. Homossexualidade.
* Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados



Elogiar Por Elogiar Deseduca –  De Mário Sérgio Cortella




O que é uma pessoa honrada? Aquela que, entre outras coisas, tem a percepção da piedade, aquilo que precisa ser resguardado na convivência. Uma pessoa autêntica tem a autenticidade grudada à piedade. Eu não, em nome da minha autenticidade, dizer tudo o que penso. Eu não posso, em nome da minha autenticidade, desqualificar apenas porque quero ser transparente. Ser autêntico não significa ser transparente de maneiro contínua.
Ser transparente para si mesmo? Sem dúvida, mas dizer tudo o que pensa numa convivência é ofensivo. O exemplo do menino de 5,6 anos de idade que traz o presente clássico do Dia dos Pais feito pelas próprias mãos. Chega da escola com aquelas coisas “horrorosas”, feitas com casca de ovo, palito de sorvete, que chegam a cheirar mal. “Pai, ta bonito?” É óbvio que o pai dirá que está maravilhoso naquela circunstância. A ideia do elogio ou do não elogio tem de ser circunstancializada.
Uma pessoa autêntica não aquela que é o tempo todo transparente. Se ela não tiver percepção de circunstância, ela se torna inconveniente. “Mas é assim que eu penso”. O fato de pensar assim não exime a pessoa de ser moderada. Isso não a leva a perder a autenticidade, apenas a resguardar a expressão de modo como é. Porque, como eu sou com os outros, tenho de ser de fato o que sou, mas não posso desconsiderar que outros existem. É preciso cautela, em nome da autenticidade, para não ser ofensivo. Nem descambar para o terreno da crueldade. Por exemplo, a criança chega com o presente e o pai diz: “Não está, não.  Você devia ter feito uma coisa bonita”. Ora, na condição daquela criança, ela fez algo belíssimo. E é belo porque ela fez no melhor da sua condição.
Não é a mesma circunstância de um pai ou de uma mãe que percebem que a criança fez algo com desleixo. Nesse caso, não deve elogiar por elogiar, porque isso deseduca. Se um filho ou uma filha traz um desenho que pode ser precário, mas que, naquela circunstância, naquela idade, naquele modo, é o melhor que a criança poderia fazer, é preciso elogiar em alto estilo. É sinal de afeto imenso. Mas, se o desenho apresentado é resultado de um desleixo, não se deve elogiar. Eu posso dizer a clássica fase de que educa: “Você é capaz de fazer melhor do que isso que está me mostrando”. Isso é educação. O que é crueldade? Dizer: “Isso é péssimo”. Quem educa precisa corrigir sem ofender, orientar sem humilhar. Precisa conviver com essa virtude, que é a piedade.
Trecho do Livro: Educação, Convivência e Ética: Audácia e Esperança -De Mário Sérgio Cortella. Páginas 67/69Cortez Editora, São Paulo- SP. 
LAÇOS PROFUNDOS
Nos primeiros dias de vida do bebê, a segurança da mãe é primordial, mesmo que ela ainda se sinta sem jeito e não tão bem preparada para a maternidade. Um bom início de vida pode ser a garantia de saúde psíquica do indivíduo no futuro. Quando os cuidados com o bebê são realizados do modo mais natural possível, maior segurança é transmitida a ele – e mais confiante a mãe se torna.

“Quanto mais a mãe estiver envolvida nos cuidados com o filho, que no princípio se resumem a amamentá-lo, trocá-lo, dar-lhe banho, acariciá-lo, embalá-lo, entre outros cuidados, mais chances ela terá de conhecê-lo e de satisfazer suas necessidades, natural e espontaneamente, fortalecendo o vínculo entre os dois”, explica Cynthia Boscovich, psicóloga clínica e psicanalista.

É por meio dessa ligação afetiva, recíproca e ativa, que se constrói a base para outros vínculos afetivos, formados no decorrer da vida. Estabelecer esse vínculo, no entanto, não significa que as mães devam passar por esse momento sozinhas: ela pode contar com a ajuda do pai da criança, de familiares, de uma babá, por exemplo. “O importante é que a mãe esteja bem para lidar com este momento da melhor maneira possível”, orienta Cynthia.

Um dos momentos mais importantes para fortalecer esse laço é a hora da amamentação (seja o aleitamento materno ou por mamadeira), pois é o momento em que são estimulados mecanismos sensoriais, hormonais, fisiológicos, imunológicos e emocionais.

hora do banho e da troca de fralda é também bastante especial, pois há novamente o contato entre os dois, o amor empregado e o cuidado envolvido.

Do seu jeito
Mas como se preparar para cultivar esse vínculo tão importante entre mamãe e bebê? A psicóloga explica que participar de cursos preparatórios ainda na gestação ou buscar orientação de profissionais capacitados pode ser muito útil para que a mãe ganhe confiança, principalmente na fase inicial de adaptação com o bebê. “Não há como exercer a maternidade sem conviver com os filhos, porém, a segurança adquirida com dicas, sugestões, cursos ou informações pode facilitar bastante essa integração com o bebê e fortalecer esse vínculo”, finaliza Cynthia.


Quais os problemas de comportamento infantil que você não deve ignorar?

comportamento infantil



Por 
PlayKids
. Publicado em dezembro 4, 2015.
Que papai ou mamãe nunca ficou sem graça após o filho receber um presente e fazer cara de reprovação? Ou perde a paciência quando a criança deita no chão do supermercado e finge não estar te escutando? Certas regras sociais nossos pequenos vão aprendendo aos poucos, mas alguns desses maus comportamentos podem ser evitados logo no início pelos pais. “O mau comportamento deve ser sempre repreendido, pois através desta atitude, os pais estão preparando os filhos a lidarem com frustrações”, explicou a psicóloga infantil Verônica Ribeiro.
Confira algumas dicas da psicóloga infantil e descubra como agir em situações bem comuns no universo das crianças.

birra criança

Se ela interrompe as conversas dos adultos

Quando as crianças estão muito empolgadas para contar uma novidade ou quando estão chateadas com uma situação, elas não pensam duas vezes em interromper quem está falando para ganhar a atenção dos papais e mamães. Segundo a especialista Verônica Ribeiro, essa atitude não pode ser tolerada pelos educadores nem mesmo nos momentos de mais animação. “A criança deve ser avisada que deve aguardar a sua vez de falar. Não é porque é criança que sua vontade deve ser atendida imediatamente”, explica a psicóloga infantil.

menino bravo

É agressiva durante as brincadeiras

Brincadeiras podem ser bem competitivas. Algumas crianças não sabem lidar bem com a pressão e acabam descontando nos amiguinhos com uma certa agressividade. Mesmo quando o ato não for de bater no outro, como um simples empurrão ou beliscão, a psicóloga alerta que ela precisa ser repreendida. “A criança deve saber que sua atitude pode machucar o coleguinha e magoá-lo. Devemos orientar sobre as consequências de suas atitudes”, aponta.

Finge que não está escutando

Sabe quando você tem que dar um recado importante ou está pronto para dar uma bronca no seu filho e ele finge que não está ouvindo? Para Verônica, essa atitude pode demonstrar que a criança não está interessada e prefere ignorar. A dica é não repetir a mesma ordem várias vezes. “Muitas vezes a criança finge que não está ouvindo, porque prefere ignorar algo que lhe desagrade ou não lhe interesse. Então devemos nos aproximar abaixar na altura da criança e pedir que preste atenção”, alertou a especialista.
pegando no pé

É independente demais

É ótimo que seu filho já consiga escolher e até mesmo vestir a própria roupa ou colocar o DVD que deseja assistir sozinho. Porém, ele precisa entender que algumas atividades devem ser realizadas por adultos, até para entenderem que precisam seguir algumas regras. “Devemos estimular a independência da criança, entretanto é preciso verificar se ela apresenta maturidade para a realização de uma determinada tarefa”, explica a psicóloga.

Faz birra

Nós sabemos bem como pode ser constrangedor quando nossos pequenos resolvem fazer birra, chorando, batendo o pé ou dando chutes ao ar. Mas, como devemos agir nessas situações? Para a psicóloga Verônica Ribeiro, conversar é sempre a melhor opção. “Muitas vezes a criança faz birra quando é contrariada ou quer chamar atenção. É preciso alertá-la que aquele comportamento não é aceitável, se não der jeito, você pode se afastar da criança para que ela se acalme”, explicou a especialista.

Mente ou aumenta a verdade

Pequenas mentiras e exageros também são comuns no universo infantil. Segundo Verônica, até uma certa idade, a criança ainda não tem consciência de que está mentindo, então a dica é mostrar para o pequeno o que é real e o que não é. “Ela vive no mundo fantasia e acredita nessa verdade. Devemos perguntar várias vezes para ver se a resposta se repete, como também investigar com os outras pessoas que possam verificar a informação.​ ​É preciso orientar sobre a importância de falar a verdade, pois assim se constrói a confiança”, alertou a psicóloga.
Verônica Ribeiro – Psicóloga CRP 05/28293. Psicóloga infantil,  Terapeuta Cognitivo Comportamental, especializada em Neuropsicologia.

Quando os Filhos Voam...



Sei que é inevitável e bom que os filhos deixem de ser crianças e abandonem a proteção do ninho. Eu mesmo sempre os empurrei para fora.Sei que é inevitável que eles voem em todas as direções como andorinhas adoidadas.
Sei que é inevitável que eles construam seus próprios ninhos e eu fique como o ninho abandonado no alto da palmeira… Mas, o que eu queria, mesmo, era poder fazê-los de novo dormir no meu colo…
Existem muitos jeitos de voar. Até mesmo o vôo dos filhos ocorre por etapas. O desmame, os primeiros passos, o primeiro dia na escola, a primeira dormida fora de casa, a primeira viagem…
Desde o nascimento de nossos filhos temos a oportunidade de aprender sobre esse estranho movimento de ir e vir, segurar e soltar, acolher e libertar. Nem sempre percebemos que esses momentos tão singelos são pequenos ensinamentos sobre o exercício da liberdade.Mas chega um momento em que a realidade bate à porta e escancara novas verdades difíceis de encarar. É o grito da independência, a força da vida em movimento, o poder do tempo que tudo transforma. É quando nos damos conta de que nossos filhos cresceram e apesar de insistirmos em ocupar o lugar de destaque, eles sentem urgência de conquistar o mundo longe de nós. É chegado então o tempo de recolher nossas asas. Aprender a abraçar à distância, comemorar vitórias das quais não participamos diretamente, apoiar decisões que caminham para longe. Isso é amor.
Muitas vezes, confundimos amor com dependência. Sentimos erroneamente que se nossos filhos voarem livres não nos amarão mais. Criamos situações desnecessárias para mostrar o quanto somos imprescindíveis. Fazemos questão de apontar alguma situação que demande um conselho ou uma orientação nossa, porque no fundo o que precisamos é sentir que ainda somos amados.
Muitas vezes confundimos amor com segurança. Por excesso de zelo ou proteção cortamos as asas de nossos filhos. Impedimos que eles busquem respostas próprias e vivam seus sonhos em vez dos nossos. Temos tanta certeza de que sabemos mais do que eles, que o porto seguro vira uma âncora que impede-os de navegar nas ondas de seu próprio destino.
Muitas vezes confundimos amor com apego. Ansiamos por congelar o tempo que tudo transforma. Ficamos grudados no medo de perder, evitando assim o fluxo natural da vida. Respiramos menos, pois não cabem em nosso corpo os ventos da mudança.
Aprendo que o amor nada tem a ver com apego, segurança ou dependência, embora tantas vezes eu me confunda. Não adianta querer que seja diferente: o amor é alado.
Aprendo que a vida é feita de constantes mortes cotidianas, lambuzadas de sabor doce e amargo. Cada fim venta um começo. Cada ponto final abre espaço para uma nova frase.
Aprendo que tudo passa menos o movimento. É nele que podemos pousar nosso descanso e nossa fé, porque ele é eterno.
Aprendo que existe uma criança em mim que ao ver meus filhos crescidos, se assustam por não saber o que fazer. Mas é muito melhor ser livre do que imprescindível.
Aprendo que é preciso ter coragem para voar e deixar voar.
E não há estrada mais bela do que essa.
Rubem Alvez

Se as Letras bastassem....


Se as Letras Bastassem

Se as letras bastassem, não veríamos as principais nações alfabetizadas patrocinando o ódio e a destruição através das guerras.
Se as letras bastassem, não teríamos as religiões detidas no culto externo e nem a ciência muitas vezes em corrida desenfreada para descobrir novas armas, entregue a inteligências sem senso moral.
Se as letras bastassem, os índices de suicídio, cada vez mais alarmantes, identificando grave desequilíbrio moral do indivíduo, não estariam alastrando-se entre as classes sociais privilegiadas pela cultura.
Se as letras bastassem, não estaríamos, na atualidade, frente à crescente indústria do aborto nos lares que a instrução e o conforto se fazem presentes, e ainda com a concordância de muitas autoridades.
Se as letras bastassem…
Na verdade, não basta ensinar apenas dando o aprendizado do fazer.
Que importa saber fazer se esse saber é egoísta e não promove o bem para todos?
As nações podem se enriquecer, entretanto, se o povo ignora como utilizar melhor essa riqueza para se engrandecer na legítima fraternidade que deve reger a vida, o orgulho de que tanto se vangloria levará esse mesmo povo ao desequilíbrio social, à miséria e ao desrespeito dos direitos dos outros, gerando desespero.
Podemos desfilar na vida ostentando diplomas e títulos, nas mais variadas profissões, mas, nenhum currículo pode representar o caráter individual, e se esse caráter é corrompido, sem base em valores morais profundos e elevados, encontraremos com o tempo a própria ruína, e as vantagens particulares adquiridas se perderão.
A escola que ilustra o conhecimento, estimula o raciocínio, é importante, entretanto, se faz incompleta por não fornecer a orientação moral e a sensibilização dos sentimentos.
Não basta conhecer. É preciso compreender.
Se as letras bastassem, os alfabetizados do mundo há muito tempo teriam implantado na Terra todos os valores de felicidade que tanto desejamos e procuramos.
Se as letras bastassem, não teríamos tantos problemas sociais e morais na família, na sociedade e nas salas de aula da escola.

Marcus De Mario
Diretor e Educador do IBEM

“FILHOS” quem são nossos filhos, qual sua função na família, quando e como melhor educá-los, qual a melhor hora de deixá-los decidir por si, educação religiosa, os equívocos na educação e suas consequências; Enfim, como nós pais, podemos criá-los para serem no futuro, homens-espíritos e não homens-corpo.
Quem são nossos filhos?
Nossos filhos são espíritos que foram atraídos ao agrupamento familiar, através dos laços da simpatia ou antipatia, dependendo das necessidades carmicas.

Qual sua função na família?
Não recebemos os filhos em nosso lar por acaso. Estamos reunidos em uma família para crescermos juntos, aprendermos uns com os outros. 
Deus os envia para que na busca do ajuste familiar, num trabalho ativo e constante, muitas vezes sob conflitos, consigamos transformar defeitos em virtudes, desenvolvendo o lado moral e o lado intelectual. Tudo isso com o único objetivo: desabrochar o amor.


Questão 582 - pode-se considerar a paternidade uma missão?É incontestavelmente uma missão. “É ao mesmo tempo um dever muito grande, e que determina, mais do que o homem imagina, sua responsabilidade para o futuro.” Livro dos Espíritos

Quando melhor educa-los?
Não conhecemos o mistério que os filhos ocultam em sua inocência; não sabemos o que eles são, nem o que foram, nem o que serão. Na maioria das vezes, os filhos, (espíritos) podem ter vindo de um mundo em que tenham adquirido hábitos, paixões, tendência e gostos diferentes e opostos aos nossos. Por isso, se queremos que se incorporem em nosso ambiente, precisamos prepará-los na infância.
Lembrando que nos primeiros 7 anos, o espírito ainda se encontra muito ligado ao plano espiritual, essa 1ª grande fase da vida é de muita importância, pois ele está se firmando, se mantendo e se fortalecendo como uma plantinha que vai pegando e desenvolvendo.
 Todos recebem uma aparência de inocentes, como imagem do que eles deveriam ser. Mas não é somente por eles que Deus lhe dá esse aspecto, é também e sobre tudo por seus pais, que recebendo essa fragilidade infantil, no seio familiar, naturalmente sentem necessidade em dar o amor. E esse amor seria extraordinariamente enfraquecido se as crianças já demonstrassem um caráter impertinente e rude, ao contrário, sendo dóceis e ingênuas, naturalmente recebem toda afeição e são envolvidas nos mais delicados cuidados"Devemos perceber que os caminhos de Deus são sempre os melhores, e que, quando se tem o coração puro, é fácil conceber-se a explicação  respeito".
Mas, quando as crianças não mais necessitam dessa proteção, dessa assistência que lhes foi dispensada durante quinze a vinte anos, seu caráter real e individual reaparece em toda a sua nudez; e o Espírito se mostra como realmente é; permanecem boas, se eram fundamentalmente boas, mas, se frequentemente se revoltam, estão demonstrando o que estavam ocultando na primeira infância.
A sabedoria divina agindo sempre a favor dos filhos, proporciona a fase da infância para que a docilidade, ingenuidade e flexibilidade em aprender, possam facilitar a vida dos “filhos” que habitam um corpo infantil e aos pais, para que tenham a facilidade em ensinar o “Viver à Vida” sob as Leis Divinas, com limites e sempre reprimindo suas más tendências. Lembrando que o amanhã é construído hoje.


Como melhor educá-los?
A missão de ser pai, de ser mãe, é muito importante. Os filhos têm em seus pais o exemplo mais presente em suas vidasPor isso, temos que ter o cuidado de não só ensinar por palavras, mas vivenciar as lições, porque aquilo que as crianças veem na prática é mais facilmente assimilado e compreendido.
 “O nosso sentir paternal ainda é produto do egocentrismo de um “ambiente de sensações”“. É, pois, indispensável que todas as emoções, inclusive as mais nobres, sejam subordinadas ao controle do raciocínio; e o amor para com os filhos não deve fugir a essa regra. Amar os filhos, no sentido exato do termo, importa, acima de tudo, em saber conduzi-los visando, não apenas, o futuro homem-corpo, mas, especialmente, o homem-espírito. Os pais que sabem atender a este aspecto moral libertam-se dos sentimentalismos afetivos que degeneram em liberdades nocivas.
E neste sentido, Deus nos dá esta lição e exemplo edificante: a sua bondade, embora infinita, não impediu que a sua sabedoria criasse a severidade dos mundos de correção espiritual, destinados aos que se afastam da linha reta estabelecida pelas suas leis, pois não basta sentir o amor; é preciso saber exercê-lo de modo que bondade e sabedoria formem duas linhas paralelas, a fim de que se estabeleça o equilíbrio entre o sentir e o saber”.


Diferentes funções na formação dos filhos:


  •        Diretiva
  •         Orientativa
  •         Sugestiva
  •        Colaborativa




1ª fase da infância – Função Diretiva:
Os pais vão dirigir seus filhos para a prática do bom, do bem e do belo.
Fortalecendo o amor em sí mesmos, para próximo e para Deus.
2ª fase da Infância – Função orientativa:
Pais já podem orientar com base em conceitos para que ele reflita. Aqui os pais percebem o caráter do filho; trabalha pela transformação das características negativas do filho, reforçando as positivas.
Evitando a pretensão de criar o caráter.
Adolescência – o Espírito reencarnante “chegou”
Adolescente possui capacidade plena de elaborar conceitos, permitindo aos pais extrair o que ele/ela pensa –  Aqui a prática do diálogo mais profundo com respeito exercitando as virtudes.
Cabe mais orientação, mas sempre direcionando com habilidade, efetividade e afetividade para que realmente aconteça o direcionamento para o bem, o bom e o belo, permitindo que haja a formação do caráter do adolescente.


O escritor Sergio Sinay, 66 anos, é um especialista em vínculos humanos. Sociólogo e jornalista, formou-se na Escola de Psicologia da Associação Gestáltica de Buenos Aires. Requisitado consultor sobre assuntos familiares e relações pessoais, tem vários livros publicados. Pergunta: Ao abordar o problema de jovens envolvidos com drogas e violência, o senhor diz que a solução é os pais terem mais controle sobre o que eles fazem e onde vão. Como não resvalar para a superproteção?A infância e a adolescência são etapas muito breves da vida e necessárias para o amadurecimento biológico, psíquico e cognitivo. Seremos adultos a maior parte da nossa vida. A adolescência termina entre os 18 e os 19 anos. Quando os pais são ausentes ou não cumpriram suas funções, vemos adolescentes imaturos de 30 ou 40 anos. Se os pais pegam no leme do barco, e realizam esse trabalho com amor, ao fim da adolescência, seus filhos serão pessoas com ferramentas para caminhar pela vida. Terão muito por aprender ainda, mas terão boas bases e um bom sistema imunológico contra os principais perigos sociais. Os limites do controle vão mudando com a idade dos filhos e vão se flexibilizando até desaparecer por completo. Para saber quando e como modificá-los, há que estar presente. 

Fase adulta:
Só é cabível a função sugestiva. Sugerem-se possibilidades de realização para o filho, de acordo com suas escolhas.
 Convite aos pais a repensar o livre-arbítrio dos filhos; trabalhando o desapego as funções temporais.
Função colaborativa:
Em todas as fases, porque o compromisso maior do pai e da mãe é de colaborarem com Deus na formação daquele irmão em humanidade que estará transitoriamente, como filho do casal.


Educação religiosa

Quando nós olhamos para os nossos filhos, é bom que tenhamos a percepção de que eles são nossos filhos biológicos, porque lhes demos um corpo físico. Mas, em realidade, eles são filhos de Deus como nós. Vieram para evoluir.

E, como nem sempre nós chegamos à Terra zerados com relação aos valores atormentados que acumulamos, muitos chegamos cumulados de tormentos, de angústias, de problemas trazidos de outras existências, de fobias, de crimes, que precisamos acertar com a consciência.

Nossos filhos são assim. Muitas vezes são crianças inteligentíssimas, espertas, cheias de brilho, de viço, capazes de captar rapidamente tudo quanto nós lhes ensinamos e, às vezes, coisas que não lhes ensinamos. 
O lado intelectual está maravilhoso, mas o que aprendemos dos bons anjos, dos Espíritos guias, é que a maior parte dos nossos filhos vêm à Terra para ajustar exatamente o que lhes faltou no passado, o lado moral, o lado espiritual, o lado ético.
Quando se fala em levar os filhos para a vida religiosa, é porque cabe aos pais redimensionar a vida desses filhos, reencaminhando esses Espíritos para Deus.

Mas há um lado que relutam sempre. É o lado que se relaciona com as coisas de Deus. 

É muito comum que os filhos não queiram ir à sua Igreja, ao Centro Espírita, à Sinagoga. É muito comum que as crianças reajam. E caberá aos pais não forçá-las de modo violento, mas persuadi-las, a partir de vários recursos, para que elas passem a gostar de participar dessa vida social religiosa da família. 
Será importantíssimo que criemos nos nossos filhos a alma de religiosidade. Aquela reverência profunda e honesta ao Criador da vida. fundamentalmente, aprender elas próprias, nossas crianças, a manter contato com o Pai Criador. Aprender a se elevar através do pensamento. A desenvolver dentro de si a sua oração, a ter mais confiança nos poderes sublimes da vida. 

Para isto, não basta frequentar uma casa religiosa. É preciso ter aprendido a verdade ensinada por Jesus Cristo, seja qual for à interpretação, desde que esta interpretação nos eleve nos amadureça, nos transforme em homens e mulheres de bem e os nossos filhos aos quais amamos tanto, serão convertidos igualmente em homens e mulheres de bem. 


Quando respeitar seu livre-arbítrio?
Quem é mãe ou pai biológico sempre o será, no entanto, sua função termina com o desenvolvimento e a maturidade dos filhos. A função de educar dura até que os filhos tenham a liberdade de escolha, entendimento de si mesmos, poder de direcionar os seus destinos.
No reino animal, vemos claramente o casal estimulando os filhotes a ser independentes, ajudando-os a assumir a própria vida. Aves marinhas, que fazem ninhos em altíssimos rochedos, quando percebem que suas crias estão aptas a voar, empurram-nas com o bico, lançando-as das alturas, sem a preocupação de que vão voar ou não, pois confiam nos instintos criados pela Natureza.
Não nos esqueçamos de que também somos Natureza, porquanto temos forças instintivas que não podemos subestimar.


Questão 843 – O homem tem sempre o livre-arbítrio?- Uma vez que tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem o livre-arbítrio o homem seria com uma máquina.Questão 844 – O home desfruta de seu livre-arbítrio desde seu nascimento?- Há liberdade de agir desde que haja a liberdade de fazer. Nos primeiros tempos da vida a liberdade é quase nula: ela vai evoluindo e seus objetivos mudam de acordo com o desenvolvimento das faculdades. A criança, tendo pensamentos relacionados com as necessidades de sua idade, aplica seu livre-arbítrio às escolhas que lhe são necessárias. Livro dos Espíritos

Equívocos na educação: 

Formas de relacionamento entre pais e filhos:

Relação Rígida-Autoritária






  Relacionamento Autoritário:
·         Relação do tipo dominador/dominado.
·         Os pais dominam e os filhos são dominados.
·         Os Pais impõem decisões, soluções e vontades de modo arbitrário, enquanto as necessidades e os desejos dos filhos permanecem insatisfeitos.
Práticas autoritárias
·         Limites rígidos; excesso de ordem, ameaças, proibições e castigos.
Características de pais autoritários:
·         Ligado ao excesso de controle.
·         Medo de perder o controle dos filhos.
·         Desequilíbrio de poder: falta de exercício quanto ao desenvolvimento da autoestima, autoconfiança, autorrespeito e auto-responsabilidade. Gera filhos inseguros.
·         Todo autoritário traz uma insegurança muito grande dentro de sí.
Características de filhos de pais autoritários:
·         Insegurança: temerosos e culpados, como se não pudessem cuidar de sí mesmo.
·         Medo dos pais; se sentem impotentes e desamparados.
·         Submissivos, dependentes quando tendem a ter características mais passivas ou.
·         Hostis e agressivos quando tendem a ter características reativas.
·         Carecem de autovalor e autoestima!



Sergio Sinay Faz uma citação sobre a educação autoritária:Pergunta: Ao se referir ao modelo do passado, em que as mães eram o retrato do sacrifício, e os pais, da disciplina ainda que com distância emocional, o senhor diz que todos sabiam seu papel, algo não acontece hoje. Aquele modo de educar era de alguma forma melhor?Aquele modo de educar tinha muitas limitações e era muito rígido em muitos aspectos. Mas se sabia claramente quem eram os pais e quem eram os filhos. Os pais não tinham medo de atuar como pais, ainda que às vezes cometessem excessos em sua autoridade. Mas é sempre mais fácil corrigir um excesso do que superar uma ausência. Alguém pode mudar um modelo pobre ou insuficiente. Muito mais grave é não ter modelo. 

Relação invertida






Características de pais permissivos:
·         Baseada na prepotência dos filhos sobre os pais que se tornam impotentes.
·         Necessidades/desejos/vontades dos filhos estão sempre em primeiro plano.
·         Desequilíbrio de poder: os filhos têm um poder ilimitado e os pais não tem poder.
·         Insuficiência de limites e falhas na tentativa de encontrar soluções que satisfaçam as necessidades de ambas as partes.
·         Os pais anulam as suas próprias vontades em um esforço vão de evitar conflitos com os filhos.
·         Causa: comodismo dos pais que não querem ter o trabalho de acompanhar o desenvolvimento dos filhos.
·         Outra causa: sentimento de culpa (pode estar ligada ao fato de que os pais trabalham fora de casa o dia inteiro).
Características de filhos de pais permissivos:
·         Dificuldades em lidar com limites.
·         Insegurança: eles anseiam por limites.
·         Desenvolvem pouca autodisciplina, pois está é realizada a partir de regras estabelecidas, para serem cumpridas.
·         Não desenvolvem auto-responsabilidade: pode desenvolvê-la, se pressupõe um aprendizado das consequências em agir dessa ou de outra maneira.

Relação Horizontal





Características da Relação Horizontal:
·         Pais agem como colegas e amigos dos filhos.
·         Amigos e colegas não colocam limites para os filhos.
·         Adultecente: adulto-adolescente (aberração).
·         Pais pedem demissão da função de paternidade e maternidade, de colaborarem com Deus na formação do caráter dos filhos.

O que é ser um bom pai ou uma boa mãe?
·         Presença emocional: não importa quanto tempo, mas a qualidade do tempo que passamos com os nossos filhos.
·         Os filhos querem pais presentes, não presentes.
·         Limites são importantes: o problema são os extremos (excesso ou falta de)



Praticando a Relação consensual-amorosa




·         Exercitar a capacidade de pensar por si mesmo – estimular nos filhos: A prática da Lei do Amor.



O que é ser um bom pai ou uma boa mãe?
·         Presença emocional: não importa quanto tempo, mas a qualidade do tempo que passamos com os nossos filhos.
·         Os filhos querem pais presentes, não presentes.
·         Limites são importantes: o problema são os extremos (excesso ou falta de)

Poder – latim: Potere; significa “ser capaz de”.
·         O poder é uma capacidade que trazemos e que os pais são convidados a exercitar na relação com os filhos.
·         Paternidade e maternidade saudável é um processo de uso e também de concessão de poder.
Os pais devem exercer:
·          Relação de poder equilibrado, objetivo de realizar ações de transformações da própria vida e para aprimoramento da relação.
·         Os pais exercem um poder relativo sobre os filhos, resultado do compromisso que eles receberam do Criador para auxiliar na formação dos irmãos em humanidade, momentaneamente como seus filhos.
·         Auxiliam os filhos a exercitar o poder de livre-arbítrio com responsabilidade.
·         Levar sempre em consideração as várias fases do desenvolvimento dos filhos.
·         Prática do Evangelho no lar.


Sergio Sinay - Não se pode ter medo de tomar decisões, dizer não, proibir certas relações perigosas. Os filhos vão protestar, tentarão transgredir. Isso não é um problema, é parte do processo. Os filhos sempre buscarão transgredir para crescer. O problema é quando os pais viram o rosto, olham para o outro lado, não estabelecem limites ou têm medo dos filhos. Ser pai com amor e presença não significa converter-se em uma pessoa simpática, em um animador de televisão. Às vezes, há que se tomar medidas duras. 

Lembretes:
·         Obediência: movimento da pessoa que se esforça para disciplinar.
·         Disciplina: virtude que surge a partir da autoconsciência; não da coerção.
·         A independência psicológica começa a ser construída na própria infância, através da forma como os pais agem com os filhos.
·         As dificuldades nos oferecem uma oportunidade e auto-superação.


Conclusão:
Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos, para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem  que alguém pode ter , porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e de medo de perder algo tão amado. Perder? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo.  (José Saramago) 
A educação de nossos filhos não é tarefa fácil, pois todos somos espíritos em fase de desenvolvimento emocional e trazemos gravado em nosso subconsciente emoções dessa e de tantas outras vidas na qual transferimos aos nossos.A Doutrina Espírita nos dá essa consciência e passamos a compreender que não somos perfeitos e que a educação dos filhos requer um trabalho de renovação de sentimentos entre todos os membros.Esse é nosso trabalho educacional, que não deve ser seguido por termos simples ou didático, mas a busca da educação consciência, com diálogo, respeito e exemplo de amor a sí e ao próximo. 
Texto sugerido:
NÓ DO AFETO

Em uma reunião de pais, numa escola da periferia, a diretora incentivava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-lhes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível.
Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender as crianças.
Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana.
Quando ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.
Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família.
Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.
E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.
Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado.
O nó era o meio de comunicação entre eles.
A diretora ficou emocionada com aquela história singela e emocionante.
E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

* * *
O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de um pai ou uma mãe se fazer presente, de se comunicar com o filho. Aquele pai encontrou a sua, simples mas eficiente.
E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.
Por vezes nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos do principal, que é a comunicação através do sentimento.
Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias.
É válido que nos preocupemos com os nossos filhos, mas é importante que eles saibam, que eles sintam isso.
Para que haja a comunicação é preciso que os filhos ouçam a linguagem do nosso coração, pois em matéria de afeto os sentimentos sempre falam mais alto do que as palavras.
É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o ciúme do bebê que roubou o colo, o medo do escuro.
A criança pode não entender o significado de muitas palavras, mas sabe registrar um gesto de amor.
Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afeto e carinho.
E você? Já deu algum nó afetivo no lençol do seu filho hoje?

* * *
Se você é um desses pais ou dessas mães que realmente precisam se ausentar do lar para prover o sustento da família, lembre-se que você pode encontrar a sua própria maneira de garantir ao seu filho a sua presença.
Você pode encontrar um jeito de dizer a ele o quanto ele é importante na sua vida e o quanto você o ama.
Mas lembre-se da linguagem do coração. Dessa linguagem que pode ser sentida, apesar da distância física.
E procure apertar os laços do afeto, pois estes são os verdadeiros elos que nos unem aos seres que amamos.

Pense nisso, mas, pense agora!


Bibliografias:
·      A Vida no Planeta Marte e os Discos Voadores - Ramati
        Um Modo de Entender - uma nova forma de viver - Espírito Hammed - Francisco do Espírito Santo Neto.
·      Base no seminário de Raul Teixeira no VI simpósio Paranaense de Espiritismo 27/05/2003 – Site Momento Espírita
·      Livro dos Espíritos
·      Nossos filhos - Claudia Schmidt. – Site O Consolador
       PPS - Formas de Relacionamento entre pais e filhos/ Saúda na Relação entre pais e filhos – Carolina Von Scharten – blog Escolinha  Espirita 
Educação Religiosa dos filhos – Raul Teixeira - Blog Espiritismo na Rede
Entrevista de  Sergio Sinay - coluna da revista Época
Texto sugerido - Redação do Momento Espírita com base em texto de autoria ignorada.
Disponível no livro Momento Espírita v. 2, ed. Fep.
Em 18.10.2010



TRABALHO EM GRUPO
CURSO BÁSICO I 
GRUPO SOCORRISTA ITAPORà
UNIÃO FRATERNAL
– SP – 
ALUNOS
Andréa C.T.
Elaine  Saes
Gleicy M. P. E.
João D.S.


A escolha é do seu filho


NÃO ADIANTA CASTIGAR, GRITAR OU BATER. PARA ENTENDER O QUE ESTÁ ERRADO E QUAL É O CAMINHO CERTO, AS CRIANÇAS PRECISAM APRENDER A LIDAR COM AS CONSEQUÊNCIAS DO QUE ELAS ESCOLHEREM



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As crianças precisam aprender o que são consequências desde pequenas. Começar a estabelecer as relações de causa e efeito desde cedo faz com que elas fiquem muito mais seguras e, claro, mais tranquilas para obedecer aos pais. Lidar com os efeitos de nossas escolhas faz parte de cada minuto do nosso dia a dia, e nossos filhos precisam aprender a se familiarizar com isso.
E eles têm plenas condições de entender essa relação desde os 2 anos e meio de idade, quando a linguagem começa a se sofisticar. De acordo com a psicóloga infantil Daniella Freixo de Faria, mãe de Maria Luisa e Maria Eduarda, a partir dessa idade a criança já começa a compreender minimamente a construção da lógica do que é causa e do que é consequência.
“Antes dessa idade, falar ‘não’ já é uma grande experiência para as crianças, que também funcionam muito bem quando as tiramos do que elas estão fazendo de errado e lhes oferecemos algo legal no lugar”, explica Daniella. E é na família, principalmente nos pais, que as crianças encontram o modelo que deverão seguir. Por isso, nossos filhos vão testar limites para ter certeza até onde podem chegar. A partir desse momento, devemos orientá-los para as consequências de suas atitudes.
Nós, pais, podemos ajudá-los de duas formas: a primeira é agindo sempre de forma coerente com o que esperamos deles. Não adianta nada você dizer para seu filho respeitar as pessoas e ele ouvir você gritando com alguém no trânsito. Também não adianta você ensinar sua filha que ela não pode jogar lixo no chão, mas abrir uma bala e deixar o papel cair na rua. Precisamos sempre lembrar que as crianças são grandes observadoras e absorvem muito do que os pais fazem.
A segunda forma de ajudar nossos filhos é dando a eles escolhas, mas sem abrir mão das responsabilidades que eles precisam cumprir. Por exemplo, você pode dizer ao seu filho: “Ou você vai almoçar agora e depois pode chamar seus amigos para brincar, ou você pode continuar enrolando, almoçar mais tarde e ficar sem brincar com seus amigos. O que você prefere?”.
Repare bem na expressão: “Ou você faz isso e tem um resultado, ou você faz aquilo e tem outra consequência”, mas em nenhum momento existe a opção de não almoçar. Isso dá para a criança duas noções fundamentais: de que existem responsabilidades que devem ser cumpridas e que nossas escolhas refletem no futuro, para o bem ou para o mal.
“Se você” não funciona!
Muitas vezes, ameaçamos nossos filhos para que eles nos obedeçam. E isso pode até funcionar em um primeiro momento, mas logo a criança perde o foco da razão do castigo e passa a ver os pais como rivais, querendo enfrentá-los para mostrar que a ameaça não vai adiantar. E não vai mesmo. “Esse embate nada educativo, de pais contra filhos e filhos contra pais, se torna uma guerra onde sempre há um ganhador e um perdedor”, explica Daniella Faria. E, vamos combinar, você também quer que seu filho aprenda as coisas e que isso traga felicidade, por isso a forma como é feito fará total diferença nesse processo.
Quando usamos a todo momento a expressão “Se você”, as crianças passam a enfrentar os adultos e nós precisamos aumentar a pressão em busca do mesmo resultado, porque elas aumentam a resistência. Por exemplo, quando dizemos “Se você não comer tudo, vai ficar sem televisão”, logo vamos precisar incrementar a ameaça para “Se você não comer tudo, vai ficar sem televisão, computador, brinquedo preferido, casa do melhor amigo…”. É aí que surgem os gritos e até a questão de bater em nossos filhos.
“Tanto castigo físico como agressão verbal são atitudes que destroem qualquer um, principalmente as crianças. Nossos filhos podem se tornar agressivos ou retraídos”, explica Deborah Vega Longhi, psicopedagoga e terapeuta familiar, mãe de Pedro Henrique e Lucas. Geralmente, nós repreendemos, damos broncas e castigamos nossos filhos para poder educá-los, mas quando conseguimos ser generosos sem sermos permissivos, mostramos no cotidiano que para toda ação há uma reação. “As crianças abstraem isso para toda a vida e assumem seus erros e acertos quando crescem”, conta Deborah Longhi.
Além do mais, é difícil acreditar que uma criança de 4 anos vai ficar trancada no quarto por dez minutos, de castigo, pensando realmente no prato de comida que deixou na mesa porque não gosta do que foi oferecido. Afinal, o que tem a ver uma coisa com a outra? É comum que alguns pais usem o mesmo castigo para coisas de naturezas diferentes. Se não comeu direito, vai ficar trancado no quarto. Se não fez a lição de casa, vai ficar trancado no quarto. Se não emprestou o brinquedo para a irmã, vai ficar trancado no quarto. Daí a criança perde o contato com sua atitude errada e seu foco se vira para o adulto. “A criança entende que o melhor mesmo é vencer a mãe ou o pai em uma batalha e a forma de vencer é mostrar que não liga para o castigo”, diz Daniella Faria.
De acordo com um estudo da Universidade de Cornell, que fica no estado de Nova York, nos Estados Unidos, quando você define regras para seu filho, você está implicitamente ensinando a ele como disciplinar a si mesmo. Mas, junto com essas regras, você deve mostrar que existem consequências para as escolhas das crianças. Precisamos ter total clareza de que o foco central das escolhas feitas pelos nossos filhos não pode ser deixado de lado. A lição deve ser feita, o banho deve ser tomado, a hora de dormir deve ser respeitada e são sempre os adultos que definem quais são as duas opções que a criança pode escolher. Por isso, abandone essa expressão “Se você” quando quiser que seu filho te escute e que assuma as responsabilidades pelas escolhas que ele mesmo vai fazer.
“Não concordo com o ‘Se você’, nem com castigo, nem com grito ou com ameaças. Quando colocamos a criança para viver a experiência e a consequência direta de suas escolhas, não precisamos mais vencer nosso filhos. Na verdade, mostramos que estamos no mesmo time. Ter poder em vez de respeito é algo que questiono”, conta Daniella Faria.
Quando perguntamos para a especialista qual sua sugestão para não transformar cada desobediência em uma batalha, ela é bem firme: a palavra castigo e a atitude de castigar não devem mais ser usadas. Isso não quer dizer que a criança possa fazer o que quiser. Só que disputar poder com nossos filhos dentro de casa traz mais raiva, mais distância e mais irritação, e o resultado é quase sempre menos reflexão, menos consciência e menos noção de consequência.
A lei da ação e reação
As experiências humanas mais básicas nos ensinam que a Terceira Lei de Newton, a Lei da Ação e Reação, acontece desde o começo dos tempos. O ser humano descobriu com facilidade que, se tocar uma chama, vai queimar sua mão. Esse é o princípio de sobrevivência da maioria das espécies. Mas a disciplina que nós, pais, precisamos dar vai muito além disso. Ela prepara a criança para a sociedade que ela vai encontrar depois que crescer.
Se nossos filhos crescerem sem a noção de causa e consequência, provavelmente se tornarão adultos inconsequentes, que não sabem enfrentar os resultados ruins e não conseguem desfrutar dos resultados bons. Sim, as consequências podem ser ruins, mas também podem ser muito boas. Esse é o grande truque para que nossos filhos comecem a fazer escolhas que tragam resultados bons para eles e para nós. Por isso, os efeitos precisam estar diretamente ligados às atitudes.
De acordo com Daniella Faria, é muito importante mostrar com alegria as consequências positivas das boas escolhas dos nossos filhos. Assim, quando a escolha da criança não for tão boa, podemos até ajudá-la a corrigir o que for preciso.
Verdade ou consequência?
As brincadeiras são formas lúdicas que as crianças adoram e que ajudam nossos filhos a estabelecerem essas relações. As crianças entendem por meio da demonstração, e nada melhor do que a brincadeira para envolvê-las. Coisas simples como espetar um balão com uma agulha podem ajudar.
“Era uma vez” que ensina

Os contos de fada também são uma ótima maneira de mostrar para as crianças que toda escolha resulta em uma consequência. Pinóquio não teria virado um burro se tivesse escolhido ir para a escola em vez de seguir estranhos. Chapeuzinho Vermelho não teria encontrado o lobo mau se tivesse obedecido a sua mãe e seguisse pelo caminho mais seguro. Conte a história para seu filho e depois converse sobre ela, sem deixá-la chata ou técnica demais.


11 livros infantis que discutem gênero e orientação sexual 


Caio Delcolli Repórter de diversão do Brasil Post e usuário de All Star verde
Divulgação/Companhia das Letras
A garotinha Olívia tem dois pais e a curiosidade de saber como vai aprender a usar salto alto se não há uma mulher morando em sua casa.
Fernanda quer jogar futebol com um grupo de meninos, mas eles a rejeitam. Não entendem como uma menina pode praticar esse esporte.
Essas duas questões vêm de livros infantis e infanto-juvenis que abordam orientação sexual e gênero. A primeira vem de Olívia Tem Dois Papais, de Márcia Leite (Companhia das Letrinhas, 2010). A segunda, de Menina Não Entra, de Telma Guimarães Castro Andrade (Editora do Brasil, 2007).
A presença desses livros e dos assuntos que eles levantam na educação brasileira têm sido o centro de debates calorosos na sociedade.
Em recente votação, os vereadores de São Paulo decidiram que essas questões não devem ser abordadas na escola. Setores religiosos da sociedade – que têm usado o termo "ideologia de gênero" para se referir à ideia de incluir esse debate na educação – se manifestaram a favor da decisão.
Uma estudante de 12 anos, na sanção do plano municipal de educação, colocou o prefeito Fernando Haddad contra a parede ao dizer: "Existem famílias com dois pais, com duas mães e na minha escola eu convivo com muitas pessoas que são homossexuais e bissexuais. Então eu penso, por que omitir a palavra 'gênero' nas escolas se ele já é tão presente nas nossas vidas?"
      
11 livros infantis que discutem identidade de gênero e orientação sexual
'Menina Não Entra', de Telma Guimarães Castro Andrade
Um grupo de amigos quer formar um time de futebol, mas não aceitam que Fernanda se junte a eles – porque ela é menina, e meninas não jogam futebol. Mas quando Fernanda lhes mostra que é boa jogadora, percebem que se enganaram e preconceito não ajuda ninguém a ganhar. As ilustrações são de Ellen Pestili.
Reprodução
'O Fado Padrinho, o Bruxo Afilhado e Outras Coisinhas Mais', de Anna Claudia Ramos
Para o menino Luar, a ideia de se tornar um fado madrinho é simplesmente perfeita para realizar seu desejo de ajudar todas as pessoas do mundo que precisam de uma forcinha. Ele não se importa se ser fada madrinha é "coisa de menina". Ilustrações de Tatiana Paiva.
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'Olívia Tem Dois Papais', de Márcia Leite
A curiosa menina Olivia tem dois pais. Um brinca de bonecas com ela; o outro sabe cozinhar. Ela fica intrigada com isso. Surge outra dúvida: Quem vai lhe ensinar a usar maquiagem e salto alto se nenhuma mulher mora com eles três? Ilustrações de Taline Schubach. Companhia das Letras.
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'Do Jeito que a Gente É', de Márcia Leite
O adolescente Chico quer assumir para a família que é gay. Béa detesta sua aparência e quer aprender a se aceitar. A história dos dois personagens é contada com sensibilidade, leveza, emoção e sem clichês.
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'Meus Dois Pais', de Walcyr Carrasco
O pai e a mãe de Naldo vão se divorciar. O garoto vai morar com o pai e um amigo dele, Celso, embora todo mundo seja contra isso. Tudo vai muito bem até dizerem para Naldo que seu pai é gay. Ele fica desnorteado, mas uma conversa resolve a situação: o menino entende que isso não muda o amor do pai por ele. Ilustrações de Laurent Cardon.
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'A História de Júlia e Sua Sombra de Menino', de Christian Bruel, Anne Galland e Anne Bozellec
Os pais de Júlia não gostam nada, nada dos modos da filha: dizem que ela se parece com um menino em tudo que faz. Quando a sombra de Júlia fica igualzinha a de um menino, ela se sente triste e começa a questionar sua identidade.
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'Meu Amigo Jim', de Kitty Crowther
Os amigos Jim e Jack são uma gaivota e um melro, respectivamente. Eles passam muito tempo juntos e as outras aves acham isso bem esquisito – mas Jim e Jack não estão nem aí para isso. A autora e ilustradora ainda fala sobre preconceito racial e leitura em Meu Amigo Jim.
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8 / 11
'Ceci Tem Pipi?', de Thierry Lenain
Para Max sempre tudo foi muito simples: existem as pessoas "Com-pipi" e as pessoas "Sem-pipi". Os Com-pipi são considerados os mais fortes, mas Max se confunde com sua nova coleguinha de escola, Ceci. Ela gosta de fazer tudo o que meninos fazem. O garoto começa a se perguntar se a Ceci tem é dos Com-pipi, assim como ele. Ilustrações de Delphine Durand.
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'Olivia Não Quer Ser Princesa', Ian Falconer
A porquinha Olívia é diferente de suas amigas. Todas elas querem ser princesas, adoram cor-de-rosa e varinha de condão. Olívia começa a se perguntar por que todo mundo tem que pensar do mesmo jeito, ser a mesma coisa e, o mais importante, o que ela quer ser?
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'Amor Entre Meninas', de Shirley Souza
Com leveza e dinamismo, a autora responde diversos questionamentos sobre sexualidade que garotas fazem a si mesmas na adolescência. Achar uma pessoa do mesmo sexo bonita não significa que você é gay. E, se for, fique tranquila: tem nada de errado nisso.
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'Tal Pai, Tal Filho', de Georgina Martins
Um menino decide se tornar bailarino, mas, para isso, precisa enfrentar o preconceito de seu próprio pai, que sempre lhe contou histórias de homens "cabras-machos" 

Generosidade: como estimular esse comportamento nas crianças

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26/AGO
Ter paciência, manter o diálogo e incentivar a divisão de brinquedos e comida. Essas são dicas que podem tornar seu filho uma pessoa solidária
A generosidade que conhecemos está diretamente ligada às nossas atitudes no dia a dia, como nos comportamos diante das situações, as coisas que dizemos, as ações que executamos. Para o antropólogo Tião Rocha, fundador do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, uma ONG que tem o objetivo de reintegrar meninos e meninas do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, a generosidade deve ser algo rotineiro, já que, assim, colocamos em prática os valores humanos.
Tião conta que já foi comprovado que o ser humano nasce com a habilidade de falar 15 línguas diferentes, tocar todos os instrumentos e está preparado para morar em qualquer parte do planeta. Quando você nasce e cresce, várias oportunidades e até habilidades são cortadas da vida e, muitas vezes, acabam atrofiando. Aquelas crianças que são estimuladas a aprender, conviver e construir essas oportunidades desenvolvem melhor todos esses elementos. E o mesmo acontece com a generosidade. Veja só.
O exemplo dos pais é fundamental
Nos primeiros anos de vida, as crianças aprendem observando e repetindo o comportamento dos pais. Elas falam as palavras que estão acostumadas a ouvir, assim como os gestos e movimentos, que aprendem por repetição. A mesma coisa acontece com as atitudes que elas tomam diante de situações cotidianas. “A generosidade está no respeito. Na hora de saber ouvir e falar, de saber ganhar e, principalmente, de saber perder”, conta Tião Rocha.
Por isso, o exemplo da família é fundamental. Quando você ou seu companheiro se comporta de um jeito em casa, mas cobra atitudes diferentes das crianças, isso confunde a cabeça dos pequenos. “Se o pai prima por ser generoso e, na verdade, é egoísta e individualista, a criança segue o exemplo que vê na prática”, conta Tião.
Todas as crianças passam por uma fase mais egoísta, em que não querem dividir brinquedos nem alimentos com as outras. “Quando os pais percebem a atitude de seu filho, eles não devem reagir de modo a deixá-lo tenso ou com medo. É preciso conversar com a criança sobre o processo de compartilhamento e, claro, dar o exemplo”, explica a psiquiatra infantil Evelyn Kuczynski, de São Paulo.
Tem que ser natural
É preciso tomar cuidado para não forçar essa solidariedade apenas em momentos que parecem oportunos, como no fim do ano. Claro que qualquer chance de ajudar o próximo deve ser incentivada, mas é preciso entender que essas ações devem estar presentes no dia a dia. “Tudo o que é datado é forçado. A questão da generosidade deve ser vivenciada pela criança e por sua família todos os dias”, explica o antropólogo.
Todos os dias mesmo. Não adianta cobrar das crianças uma atitude de um dia para o outro – a generosidade deve funcionar como uma evolução. “A família deve ser paciente e ir no ritmo da criança até que ela assimile que esse é o melhor caminho. Uma técnica que funciona muito bem é o reforço positivo: quando seu filho agir de forma altruísta por iniciativa própria, você deve parabenizá-lo e mostrar a ele como aquela atitude foi incrível”, conta Evelyn.
Texto: Nathalia Bianco Louro
Fonte: Crescer

Desafio #10MinutosComMeuFilho
 Queremos que faça uma experiência familiar. Pode ser por 3 dias seguidos, durante uma semana ou o tempo que achar necessário. 
Atente-se às 4 regrinhas básicas:

1) Dedicação exclusiva: você deve ficar 10 minutos ininterruptos com seu filho. Desligue o celular e livre-se de qualquer outro elemento que possa tirar a sua atenção.

2) Toque de amor. Este tempo será usado para reforçar o contato físico. Vale pegar no colo (até os mais grandinhos), fazer cosquinhas, massagens, carinhos, contar histórias, ouvir histórias... Nada de TV, videogame, tablet ou qualquer outro equipamento que possa atrapalhar esse momento só de vocês.

3) Esqueça tudo! Desligue o botão da mãe profissional ou do pai executivo. Aproveite para relaxar e esquecer que existe vida fora da sua casa. 

4) Desafie outras famílias. Compartilhe a sua experiência nas redes sociais, com um relato, uma foto ou um vídeo, e lance o desafio para outro pai ou mãe. Não se esqueça de marcar a hashtag: #10minutoscommeufillho.


Suicídio

O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública, tirando a vida de uma pessoa por hora no Brasil, mesmo período no qual outras três tentaram se matar sem sucesso.
Trata-se de um problema que se pode prevenir na grande maioria das vezes e esse é um dos maiores esforços do CVV. O estudo e a discussão do tema suicídio é uma das formas mais eficientes de se promover a prevenção, pois esta só é possível quando a população, os profissionais da saúde, os jornalistas e governantes têm informações suficientes para conduzir as medidas adequadas e ao seu alcance nessa frente.
O CVV assumiu como tarefa, desde a sua criação, estimular essa discussão, ação esta que passou a merecer mais empenho nesses últimos anos.
Reunimos aqui textos, estudos e discussões a respeito do tema. Queremos a sua colaboração, seja você um pesquisador, profissional da saúde, educador, pessoa impactada diretamente pelo problema ou, simplesmente, um interessado pela vida humana.

Baixe alguns arquivos interessantes sobre o assunto:

Falando Abertamente sobre Suicídio (folheto voltado para jovens e adolescentes elaborado pelo CVV)

Comportamento suicida: conhecer para prevenir (cartilha para profissionais da imprensa elaborada pela ABP - Associação Brasileira de Psiquiatria)



O Conhecer-se no Convívio com o próximo

" Amar ao próximo como a si mesmo, fazer aos outros o que queríamos que os outros nos fizesse, é a mais completa expressão da caridade, pois que resume todos os deveres para com o próximo." (Allan Kardec  ESE - Cap. XI Amar ao Próximo como a Si Mesmo.)
Manual Prático Do Espírita - Ney Prieto Peres

O relacionamento mais direto acha-se no meio familiar, onde desde criança brotam espontaneamente nossos impulsos e reações.  Nessa fase gravam-se impressões em nosso campo emocional que repercutirão durante toda nossa existência.  Quantos quadros ficam plasmados na alma sensível de uma criança, quadros esses que podem levá-la a inconformados, angústias profundas, desejos recalcados, traumas caracterizando comportamentos e disposições na fase da adolescência e na adulta.

Guardamos, do relacionamento com os pais, irmãos, tios, primos e avós, os reflexos que mais nos marcaram.
Começamos então, numa busca tranquila, a conhecer como reagimos e por que reagimos, na infância e na adolescência, aos apelos, agressões, contendas, choques de interesses.  Essas reações emocionais, que normalmente não se registram com clareza nos níveis da consciência, deixam, entretanto, suas marcas indeléveis nas profundidades do inconsciente.

Importantes são as suaves e doces experiências daqueles primeiros períodos da nossa vida, quando os corações amorosos de uma mãe, de um pai, de um irmão, de uma professora, pelas expressões de carinho e de compreensão, aquecem nossa alma em formação e nela gravam o conforto emocional que tantos benefícios nos fizeram, predispondo-nos às coisas boas, às expressões de amor, que, por termos conhecido e recebido, aprendemos a dar e a proporcionar aos outros.  Essas ternas experiências constituem necessários pontos ao nosso espírito, para que possamos prosseguir e ampliar nossas obras nas expressões do coração...

No convívio escolar, iniciamos as primeiras experiências com o meio social fora dos limites familiares.  As reações já não são tão espontâneas.  Retraímos às vezes; a timidez e o acanhamentos refletem de início a falta de confiança nas professoras e nos colegas de turma.   Aprendemos paulatinamente a nos comportar na sociedade, com reservas.  Sufocamos, por vezes, desejos e expressões interiores, e até mesmo defendemos com violência nossos interesses, mesmo que ainda infantis.  E também brigamos com aqueles que caçoam de alguma particularidade nossa.  Quase devolvemos insultos aos que nos agridem.  Sem dúvida são reações naturais, embora ainda bem primárias.

Vamos assim caminhando para a adolescência, fase em que nossos desejos se acentuam.  O querer começam a surgir, a auto-afirmação emerge naturalmente, a nossa personalidade se configura.  Aparecem as primeiras desilusões, as amizades não correspondidas, os sonhos frustrados, as primeira experiências mais profundas no campo sentimental.  De modo particular, cada um reage de forma diferente aos mesmos aspectos do relacionamento com os outros:  uns aceitam e resignam-se com os desejos não alcançados; outros, inconformados, reagem com irritação e violência e, por isso mesmo, sofrem mais.  E o sofrimento é maior porque é necessário maior peso para dobrar a inflexibilidade do coração mais endurecido, como ensina a lei física aplicada à nossa rigidez de temperamento.  Os mais dóceis e flexíveis sofrem menos, porque menor é a carga que lhes atinge o íntimo.  Esses não oferecem resistência ao que não podem possuir...

... No convívio com o próximo, desde a nossa infância, no lar, na escola, no trabalho, agimos e reagimos emocionalmente, atingindo os domínios dos outros e sendo atingidos nos nossos.  Vamos assim, nos aperfeiçoando arredondando as facetas pontiagudas do nosso ser ainda embrutecido, à semelhança das pedras rudes colocadas num grande tambor que, ao girar continuamente, as modela em esferas plidas pela ação do atrito de parte a parte.


É interessante notar que as pedra de constituição menos dura modelam-se mais rapidamente, enquanto aquelas de maior dureza sofrem, no mesmo espaço de tempo, menor desgaste, demorando mais, portanto, para perderem a sua forma original bruta.

A DESCOBERTA DA VIDA E DA MORTE PELAS CRIANÇAS

REBELREBELBLOG

Na infância alguns momentos são importantes e determinantes para constituição infantil. Algumas linhas da psicanalise sugere até mesmo um cronograma desde o processo de identificação (com um de seus genitores, por volta de um ano), passando pelo processo de desenvolvimento da sexualidade até o complexo de édipo, mas pouco se fala da relação com a morte e a descoberta dela na infância. É inclusive, um conteúdo muito abordado na clínica, onde pais procuram auxílio para conduta deste assunto que sim, é ainda um grande tabu para as conversas das famílias modernas. Vida e morte são assuntos ultra relacionados, e aos 3 a 4 anos, é certo que a percepção desta correlação fica clara pela criança ao mesmo rápido ritmo que ela aprende sua relação de tempo e de que coisas acabam. Ao compreender o conceito do seu próprio aniversário, a questão do envelhecimento é trazida e abordada, na compreensão das estações do ano, os ciclos da vida são compreendidos, e porque não a morte? vejo muitos pais trazendo a questão da morte como algo que lhes assusta nos filhos, até mais velhos, com desenhos recorrentes de caixão, de fantasma, de gente que vira estrela, etc. É certo que a perda da religiosidade como algo pertencente a maioria das famílias, deixa mais incognito ainda a vida após morte ou o sentido da existência e das boas práticas na cabecinhas destes jovens seres, mas sem dúvida, se há algum aconselhamento a ser dado para pais que se deparam com a dúvida de como lidar, é o “lide com naturalidade e não fuja do assunto.”
Desde Melanie Klein sabemos que tudo aquilo que não é bem explicado a uma criança pode ser ignição para uma grande fantasia que geralmente é muito mais monstruosa do que o real. E dentro da fantasia o psiquismo infantil se depara com horrores muito maiores, em pesadelos, fobias ou pensamentos recorrentes, do que uma conversa afetuosa poderia aliviar.

Acredito também que quando a criança consegue formular uma pergunta, é geralmente claro que ela está preparada para a verdade, e se a psicanálise infantil também não se pautar pela verdade, perderá em si a essência de sua criação. Portanto, as folhas das arvores que caem e renascem, o animal de estimação de alguém da família que vai ficando velhinho ou até mesmo um ente que se foi, são oportunidades únicas para, independente de qualquer religião, atrelarmos nossas crenças e propostas na vida, explicando as relações de amor que ficam mesmo após a existência de alguém, o sentido da prática do bem para uma criança, a importância das memórias, e a necessidade do legado. Eu ainda digo que toda pergunta sobre morte, deveria ser respondida com algo sobre a vida. “Mas mamãe, quando que você vai morrer?” “ah, quando eu já tiver vivido muita coisa que eu ainda quero viver, ainda falta muito tempo e muita coisa pra gente fazer junto”.


Masturbação infantil: como lidar com a descoberta dos órgãos sexuais pelas crianças?

Especialistas enfatizam a importância de pais, professores e demais agentes pedagógicos de meninos e meninas a não se deixarem contaminar pelo olhar adulto. Para a criança, a masturbação nada mais é que uma exploração biológica do próprio corpo que é prazerosa e, portanto, vai se repetir



Valéria Mendes - Saúde PlenaPublicação:09/10/2013 09:30Atualização:07/01/2014 12:18
É consenso entre especialistas que bater, xingar, reprimir não é o caminho para tratar a masturbação na infância. Livro: 'Mamãe como eu nasci?', de Marcos Ribeiro | Ilustração: Bia SalgueiroClique na imagem para ampliá-la e saiba mais. (Ilustração: Bia Salgueiro)
É consenso entre especialistas que bater, xingar, reprimir não é o caminho para tratar a masturbação na infância. Livro: 'Mamãe como eu nasci?', de Marcos Ribeiro | Ilustração: Bia Salgueiro
Clique na imagem para ampliá-la e saiba mais.







“Mamãe, tenho que te contar um segredo: mexe lá na perereca para você ver o tanto que é gostoso”. A frase é de uma menina de 5 anos. A mãe, que não será identificada, conta que achou engraçada a ingenuidade da filha. A solução que encontrou foi orientá-la a ter cuidado para não se machucar já que, por ter a pele sensível, a garotinha ainda usa pomada contra assadura. A dificuldade do adulto em lidar com cenas da masturbação infantil ou atos de interesse nos genitais de outras crianças está marcada pela carga cultural que envolve a sexualidade. “O prazer do adulto está além do físico, a excitação passa pela fantasia. Para a criança, é apenas uma experiência sensorial: ela descobriu que é gostoso e vai repetir”, explica a psicóloga e doutoranda em educação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Anna Cláudia Eutrópio B. d'Andrea.Ainda assim não é raro que os pais se assustem quando confrontados com a questão. Muitos podem relutar em admitir o que estão presenciando, talvez por não se lembrarem de situações semelhantes já vividas no passado. Mas um teste rápido é capaz de comprovar que o interesse pelos genitais não é fato isolado. Experimente perguntar às pessoas ao seu lado se elas se lembram de algum episódio durante a infância de brincadeiras sexuais consigo mesmas ou com pessoas próximas. No teste da repórter na redação, dois episódios logo surgiram. No primeiro, um estudante de 7 anos que encontrou dois coleguinhas sem calças na hora do recreio e chamou a professora imediatamente. Não por que intuiu alguma "coisa errada", mas por que queria brincar naquele lugar. No segundo, uma filha avisou ao pai que assistia à televisão: ‘vou ali no quartinho e não quero que você entre lá’. Obviamente ele foi atrás e encontrou a filha pelada em cima do irmão mais velho, também uma criança sem roupas.

Psicóloga, professora da PUC Minas e coordenadora da educação infantil da escola Balão Vermelho, em Belo Horizonte, Adriana Monteiro reforça a importância de o tema ser compreendido como uma curiosidade natural da criança. “É uma forma de exploração corporal como colocar a mão na boca, a semente do feijão no ouvido ou morder o coleguinha para poder conhecer o corpo do outro. Quando descobre os órgãos genitais a criança vai sentir prazer na descoberta e insistir no comportamento”, salienta. Para Adriana, uma das grandes dificuldades está no fato de as escolas não saberem lidar com o tema e terem uma abordagem mais moralista.

Abordagem
Pesquisadora em educação em sexualidade, Anna Cláudia observa que a menina de 5 anos já compreende que o “mexer na perereca” é da intimidade quando usa a palavra segredo para contar à mãe sua descoberta. Nesses casos, fica mais fácil ajudar os pequenos a compreenderem que o toque nos órgãos sexuais não é para ser praticado na frente das pessoas. Mas e quando é uma criança de 2 anos? Apesar de existirem marcos do desenvolvimento infantil, os pais precisam sempre lembrar que cada criança é única e tem o seu tempo para descobrir e entender o mundo ao seu redor. Considerando esse aspecto, Adriana Monteiro afirma que nessa idade é raro a masturbação ser um hábito frequente que necessite uma intervenção. “O que a gente faz é chamar a atenção da criança para outra ação sem repreendê-la”, diz.

Para Anna Cláudia, os adultos educam sexualmente não só com o que eles falam, mas também com o que não é dito. “A criança é uma esponja e ela percebe mais coisas do que o adulto consegue notar que ela percebe”, lembra. Ela recomenda - nos casos de a masturbação acontecer em público - que os pais façam a interdição em particular. “Se é da intimidade, a abordagem tem que ser de forma íntima, senão, o adulto estará transmitindo uma mensagem paradoxal”, pontua. Uma dica importante é usar o adulto como um espelho para ajudar a criança a compreender a orientação. “Você vê o seu pai fazendo isso na frente das pessoas?”, pode ser uma comparação a ser utilizada.



Prevenção
O que esses meninos e meninas precisam entender é que o pênis e a vulva são partes do corpo para serem lidados quando eles estiverem sozinhos. Esse recado ajuda as crianças a irem percebendo que o corpo é exclusividade delas. Dessa forma, os pais estão trabalhando, inclusive, a prevenção. Anna Cláudia reforça: “As crianças não se excitam. A experiência é exclusivamente sensorial. O problema está no olhar do adulto para a sexualidade infantil. O adulto erotiza e enxerga coisa que não tem”.

Insistência
É consenso entre especialistas que bater, xingar, reprimir não é o caminho para tratar a masturbação na infância, mesmo se o comportamento for insistente. Adriana Monteiro diz que a criança não entende que, moralmente, o comportamento em público não é bem aceito. “Em ambiente privado, os pais precisam dizer que é algo para se fazer quando estiver sozinho, no banheiro ou no quarto. O que o adulto precisa fazer é dar a noção da intimidade. Se a criança insiste, a conversa precisa se repetir”, sugere.

O artifício que a educadora utiliza na escola é chamar a criança em ambiente privado, reconhecer a vontade que ela tem em repetir o ato e fazer um combinado: “todas as vezes que você fizer esse tipo de brincadeira vou de ajudar a lembrar de outras brincadeiras”. Adriana diz que crianças de 3 e 4 anos conseguem manter o acordo.

'Os adultos educam sexualmente não só com o que eles falam, mas também com o que não é dito' - Anna Cláudia Eutrópio B. d´Andrea, doutoranda em educação em sexualidade da UFMG (Arquivo Pessoal )

"Os adultos educam sexualmente não só com o que eles falam, mas também com o que não é dito" - Anna Cláudia Eutrópio B. d´Andrea, doutoranda em educação em sexualidade da UFMG
Excesso
“O que difere a normalidade da patologia não é a qualidade é a intensidade. Todo mundo sente as mesmas coisas, mas a patologia está no excesso”, afirma a psicóloga Anna Cláudia. Para ela, o que os pais precisam observar é em que situação a masturbação acontece. Novamente ela insiste: “A primeira tarefa é olhar sem julgamento. Acontece antes ou depois do quê? Como está o estado emocional da criança?”, sugere.

Para Adriana Monteiro, o exagerado “é só querer fazer isso e nada mais. A criança pode até desviar a atenção para outra coisa, mas retorna à masturbação”. Nesses casos, a família deve procurar um atendimento especializado.

Questões de gênero
Outra questão que envolve a masturbação infantil é a diferença da abordagem para meninos e meninas. Para Anna Cláudia, a família costuma enxergar a masturbação do garoto como uma experiência de maturidade. No caso das garotas, muitas vezes o acesso ao próprio corpo é negado. “A educação sexual da menina ainda está focada na função de dar prazer ao homem e não no prazer dela mesma”, afirma. A especialista diz que já passou da hora de as famílias educarem os meninos para respeitar o corpo da menina.

Adolescência
Para os adultos que já são pais e mães de adolescentes, o desafio da educação sexual é a família se abrir para conversar sobre as emoções dos filhos e filhas. “Discutir sexualidade não significa falar de gravidez e camisinha. Os pais focam no discurso preventivo e não acolhem as experiências que estão no nível das relações. Meninos e meninas querem falar de afeto, ciúme, machismo, padrão estético de beleza. Começar uma conversa com camisinha não vai dar liga. Não é disso que eles querem falar, não é isso que os inquieta”, afirma a psicóloga Anna Cláudia.

Uma sugestão que a especialista recomenda aos pais de adolescentes é o Manual de Educação em Sexualidade da Unesco, 'Cá entre nós: Guia de Educação Integral em Sexualidade Entre Jovens'. Para acessá-lo, clique aqui.

 (Divulgação)
Livros podem auxiliar pais 
A psicóloga Anna Cláudia Eutrópio B. d’Andrea indica alguns livros infantis que abordam os três temas de maior curiosidade da criança: as diferenças dos corpos de meninos e meninas, como o bebê entra e como o bebê sai.

Os pais devem se atentar para a habilidade de leitura e do desenvolvimento da criança. A dica principal é: responda na medida dos interesses deles. A leitura é recomendada para crianças entre 7 e 8 anos.

'Mamãe, como eu nasci?', de Marcos Ribeiro, aborda o tema da masturbação infantil e é um livro com maior volume de textos. Em linguagem infantil e com ilustrações que auxiliam o entendimento dos pequenos, explica a diferença entre os corpos masculino e feminino, como acontece a relação sexual, o que é gravidez e até os tipos de parto.

 (Divulgação)

De Thierry Lenain e ilustrações de Delphine Durand, o trio 'Ceci quer ter um bebê', 'Os beijinhos de Ceci' e 'Ceci tem pipi?' aborda os três grandes temas de curiosidade das crianças, mas desconstrói os estereótipos de gêneros. Em 'Ceci tem pipi?', Max se vê diante de um dilema: se Ceci não tem pipi como ela pode ser tão forte?
 (Divulgação)

De Babette Cole, ‘Mamãe nunca me contou’ aborda temas que despertam a curiosidade das crianças, mas que as respostas demoram a chegar. Em ‘Mamãe botou um ovo’, os pais são confrontados pelos próprios filhos nas metáforas que usam para explicar de onde vem o bebê: “Nós achamos que vocês não sabem como os bebês são feitos de verdade. Então, vamos fazer uns desenhos pra mostrar como é”. A frase é proferida pelo casal de irmãos que dá uma “aula de sexo” para o pai e a mãe.












Unicef traz atividades para contribuir ao desenvolvimento infantil






Para você, que atua na Primeira Infância, relacionando-se com gestantes, bebês e suas famílias, esse kit é essencial não só para ajudá-lo na sua atuação profissional como para compartilhar com pais e cuidadores a fim de que todos os atores responsáveis pelo bem-estar da criança possam estar munidos de informações que garantam um melhor desenvolvimento infantil.
Os primeiros anos de vida compõem a fase em que o cérebro do indivíduo cresce aceleradamente. Todas as experiências que ele vivencia serão determinantes a esse processo.
É por isso que cuidadores e pais precisam garantir interações de qualidade com a criança pequena para que o desenvolvimento cerebral seja fortalecido.
Para ajudar nessa tarefa, a Unicef (Fundação das Nações Unidas para a Infância) elaborou o kit Uma caixa de tesouros de atividades, livreto com informações sobre como contribuir, por meio de processos lúdicos e divertidos, ao desenvolvimento infantil. Cada atividade pode ser usada de diversas formas, de acordo com a idade (entre zero e seis anos) e com os interesses da criança.

Segundo a introdução do kit, “cuidar da criança pequena com sensibilidade e atenção requer muita energia emocional e física. Mas, os momentos diários compartilhados pela criança e os adultos responsáveis por seu cuidado podem ser benéficos para a recuperação mútua. Em momentos difíceis e incertos, a própria possibilidade de encontrar conforto na presença um do outro é o primeiro passo para ajudar a criança pequena a enfrentar as
dificuldades e recuperar-se”.

 
Um passo a passo completo explica como atuar com a criança. Tem até sugestão de programação, com tempo para cada proposta, na sala de aula. No processo de desenvolvimento das atividades, o kit explora os itens “O que fazer”, “O que observar” e “Possível extensão”.
O livreto tem cerca de 90 páginas detalhadas com muitas possibilidades de interação e diversão que, com certeza, vão enriquecer a sua dinâmica de trabalho e o cotidiano da criança pequena e suas famílias.

Faça o download gratuito da publicação e compartilhe-a com seus colegas e os pais das crianças da creche ou da pré-escola onde você atua.


6 maneiras de ensinar os filhos a serem pacientes


Como fazer com que as crianças entendam que nem todos os seus pedidos podem ser atendidos imediatamente
Por Redação Pais & Filhos
29.05.2015

A paciência é uma habilidade que nós desenvolvemos ao longo da vida. Geralmente a gente tem a ideia de que infância e capacidade de esperar não combinam muito. Quem é mãe que o diga. Frases como : “eu quero agora”, “que demora” nós já chegamos?” costumam fazer parte do vocabulário infantil. Mas esses costumes podem dificultar a relação familiar e ainda prejudicar o desenvolvimento emocional das crianças.
No livro Crianças Francesas Dia a Dia, a jornalista Pamela Druckerman, dá dicas de como ensinar as crianças a terem paciência. De acordo com ela, o segredo não é querer que as crianças fiquem paralisadas e em silêncio, mas que consigam entender que nem todos os seus pedidos podem ser atendidos imediatamente.
Demore mais para responder
Quando você estiver cozinhando ou estiver se dedicando a uma tarefa que não pode parar e seus filhos lhe pedirem para ver o desenho que fizeram, diga com delicadeza que vai olhar em alguns minutos, mostre gentilmente o que você está fazendo e peça que eles compreendam. Isso não apenas torna a vida mais calma. É também o que os franceses chamam de passagem obrigatório para as crianças, quando aprendem que não são o centro do mundo. Ir mais devagar pode fazer com que os filhos lidem melhor com o tédio. A paciência é um músculo, quanto mais se exercita, mais forte fica.
Trate as crianças como se fossem capazes de se controlar
Valorize a inteligência dos seus filhos. Se eles estiverem pegando todos os brinquedos da prateleira e largando pelo quarto, mostre a eles com gentileza como guardá-los novamente. Faça isso com paciência olhando em seus olhos. Afinal, eles precisam de limites, mas também precisam de amor
Não deixe que seus filhos te interrompam
Quando esse tipo de situação acontecer, explique o que está fazendo e diga que irá falar com eles em um minuto. Em seguida, cumpra sua promessa. Continue o que estava fazendo, mas, quando terminar, vá ver o que eles precisam. Se vocês estiverem com outras pessoas, ensine-os que é preciso dizer, “com licença” e “por favor”. Isso faz que as crianças tenham respeito pelos outros.
Encare lidar com a frustração como uma habilidade fundamental
Os pais franceses acreditam que saber lidar com a frustração é necessário para o desenvolvimento. Para eles, uma criança não pode ser feliz se precisar ter as coisas imediatamente e se é vítima constante dos próprios ímpetos. Ensinar às crianças como lidar com a frustração também as torna mais resistentes mais tarde. Considere isso um paradoxo francês: tentar fazer a criança ser feliz o tempo todo vai torná-la mais infeliz mais tarde.
Lide calmamente com as birras
Birras não mudam regras. É importante ter isso em mente, Isso não quer dizer que precisamos ser frios. Mas é importante mostrar solidariedade e deixar que as crianças expressem seu descontentamento. É possível até perguntar qual a solução na opinião deles para aquela situação, levando as limitações em consideração. Em algumas situações, dar mais autonomia quando o filho está chateado pode fazer com que ele mude de humor
Seja paciente ao ensinar paciência
Seu filho não vai virar especialista em esperar em um dia, por isso é importante que você também não espere que essa habilidade se desenvolva de uma hora para outra. Afinal, crianças aprendem pelo exemplo


Como ensinar seu filho a lidar com a frustração?

Aprender a superar as decepções é um exercício para que as crianças se tornem adultos com mais maturidade e menos medos

Foto: Aline Casassa
Foto: Tão importante quando ensinar a perder é mostrar ao seu filho como ele deve se comportar quando ganha.
Pais não devem proteger os filhos das frustrações, mas ajudá-los a lidar com elas

Perder no jogo, tirar notas baixas na escola, não ter o brinquedo que quer. Sentir-se frustrado não é exclusividade dos adultos: a decepção faz parte da vida dascrianças e tem papel importante no desenvolvimento delas. Embora nenhum pai queira ver seu filho triste ou sofrendo, é preciso ter em mente que ele vai passar por essas situações em diversos momentos da vida e que elas serão importantes para que a criança amadureça e se torne mais forte.
Faça o teste!Você sabe lidar com as frustrações dos seus filhos? 
Veja se você está no caminho certo ou precisa melhorar suas atitudes.
Aos pais, caberá estar ao lado dos filhos nessas horas, para prestar consolo e dar orientação. "Quem aprende a superar as frustrações na infância se torna um adulto que enfrenta desafios com menos receios e medos", diz Itamara Teixeira Barra, psicopedagoga e coordenadora do Ensino Fundamental I do Colégio Nossa Senhora do Morumbi.

















Uma relação bem sucedida é feita de diálogo
Aristides Girardi

Algumas pessoas se dizem tímidas ou acanhadas, e não conseguem se expressar de maneira a comunicar suas ideias e sentimentos para a outra pessoa. Guardam para si uma coleção de palavras que deveriam ser pronunciadas para marcar posição sobre o que pensam, o que sentem e o que desejam. Engraçado, que estas mesmas pessoas quando estão "fora", em outros lugares com outras pessoas, falam mais do que o "homem da cobra". Como que por encanto ficam sorridentes, falantes, simpáticas e apresentam uma convivência fluente com este grupo de pessoas. Sinal amarelo!!! Alguma coisa não vai bem no relacionamento com a pessoa ou pessoas onde e quando não se sente a vontade para conversar. Se você tem um filho, uma filha, que na escola é um verdadeiro animador de auditório e quando chega em casa, se recolhe num canto, torna-se tímido e não está a fim de muita conversa. Como dizem os adolescentes, te deixam "no vácuo". Esta na hora de convidar o seu filho para um lanche e um bate papo sobre a relação entre vocês, pais e filhos. Tenha paciência e não queria resolver tudo na primeira conversa. Pode ser que você não tenha percebido o tempo passar, e há muito você não senta para conversar com o seu filho. Se esse foi o caso, o caminho de volta vai demorar um pouquinho mais. Mas vale a pena começar e fazer do diálogo um aliado importante no desenvolvimento da sua amizade com os seus filhos. Brinque mais, converse mais, escute mais o que seu filho tem para falar. Não tem tempo? Pois trate de arrumar tempo, enquanto é tempo! -Aristides Girardi

Como lidar com a morte de uma criança?

"Se a criança fizer perguntas, os pais não devem tentar mudar de assunto ou deixar de respondê-las", recomenda Ana Cássia, psicóloga e psicopedagoga

Foto: Aline Casassa

Foto: No Colégio Dom Bosco de Americana, as crianças são estimuladas a expressar os sentimentos




Infelizmente, crianças também morrem. Por mais que isso desafie a lógica da vida e nos revolte. Pode ser por uma doença grave, um acidente, um episódio de violência urbana... crianças morrem. E, se a morte é traumática para todas as idades, quando acontece com crianças, é ainda mais difícil de ser entendida, elaborada e, principalmente, explicada para as outras crianças. "Quando bem pequenas, as crianças acreditam que a morte é reversível. Depois, vão percebendo que não é. Outras vezes acham que apenas os velhos morrem. Por isso, quando há uma morte na escola, afetando um amigo querido ou mesmo um conhecido, o assunto precisa ser tratado de forma muito delicada", afirma Aline Fávaro Dias, psicóloga e orientadora educacional do Colégio Dom Bosco de Americana (SP).

Nem todas as escolas, porém, estão preparadas para lidar com situações que envolvem a morte de uma criança (e quem está, não é mesmo?). Para a psicóloga e psicopedagoga Ana Cássia Maturano, o mais importante é falar do assunto e jamais agir como se nada tivesse acontecido: "a criança tem sofrimentos, dúvidas e curiosidade. Ela tem necessidade de conversar para elaborar o sentimento de luto e, assim, tentar superar o trauma". De acordo com Ana Cássia, as crianças precisam de um momento para chorar a morte tanto quanto os adultos. Dentro desse processo de elaboração do luto, não é só o diálogo afetuoso que é importante. Dependendo da reação dos alunos da escola, pode-se organizar uma homenagem ao aluno falecido. E um acompanhamento psicológico é indispensável, principalmente quando a morte - ou as mortes - está em um contexto de tragédia, como em casos de desastres naturais.

Em casa, os pais também devem abordar o assunto, mas sempre observando as necessidades da criança. "Se ela fizer perguntas, os pais não devem tentar mudar de assunto ou deixar de respondê-las", recomenda Ana Cássia. Mas ela lembra que é melhor evitar expor o filho ao noticiário se a morte tiver ocorrido em uma tragédia ou em um acidente de trânsito, por exemplo. "A criança não precisa saber de todos os detalhes das circunstâncias da morte", diz.

Veja a seguir como a escola deve lidar com a morte:

1. Falar sobre o assunto é importante. Crianças têm dúvidas, curiosidades, querem entender o que aconteceu. Educadores e pais devem ouvir e responder a esses questionamentos.

2. Não usar expressões mágicas como "foi para o céu". Elas não ajudam a criança a compreender o real e pesado significado da morte.

3. Compartilhar com a criança o sentimento de luto. É normal que as perdas tragam dor, e o luto é importante para superá-la.

4. Em casos de tragédias, oferecer acompanhamento psicológico. E não apenas para as crianças. Muitas vezes, professores e pais também precisam desse tipo de acompanhamento, até para saber como lidar com as crianças.

5. Abrir espaço para que os pais também tragam as suas contribuições e digam, por exemplo, como a criança tem se comportado em casa. O diálogo família-escola é essencial nessas situações.

6. Organizar uma cerimônia de homenagem é uma maneira de dar a oportunidade para que toda a comunidade escolar possa se despedir da criança que morreu.

7. Entender e saber lidar com possíveis alterações de comportamento ou uma queda de rendimento dos alunos. A morte de alguém próximo é sempre um trauma e isso pode se refletir no desempenho escolar das crianças.

8. Jamais abolir os falecidos da vida das crianças. Eles estarão sempre nas lembranças, na memória, nas fotografias. As crianças não precisam - e não devem! - esquecê-los.
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BRINCANDO E ESTIMULANDO AS CRIANÇAS

Como estimular bebês de 0 a 1 ano de idade?


a) Afetividade e Cuidado:

O primeiro passo para se estimular um bebê tão novinho é apresentar-se para ele de forma afetiva, ao trocar a fralda, conversar com ele, perceber seus movimentos, suas respostas por meio de olhares, sorrisos, desconfortos gerais. Com 6 semanas o bebê começa a ampliar sua memória e lembrar de cheiros, reconhecer pessoas e até 1 ano e meio ele poderá lembrar de brincadeiras, músicas e situações.


b) Contato e respeito:

O segundo passo é mostrar para a criança que o chute, o grito e o choro também lhe incomodam, olhando a criança com seriedade e fazendo careta de tristeza. Beijar e abraçar a criança, mostrar o que ela faz bem e lhe deixa contente,pois ela está registrando pelas primeiras vezes em seu pequeno cérebro o que pode ser agradável e desagradável para as outras pessoas. E ser aceita no futuro fará com que ela perceba os sentimentos e as reações das outras pessoas nessas brincadeiras do tipo “ TEATRINHO”. Usar bonequinhos da própria criança para fazer vozes e contatos de carinho, alegria e tristeza. Ter muito cuidado com ruídos e barulhos no desenvolvimento auditivo dela.

c) Musicalização infantil e relaxamento:

O terceiro passo é cantar para a criança dormir, colocar músicas de CD que não sejam de influência desagradável, pois, como dissemos anteriormente, o cérebro novinho dela está registrando o meio externo de forma inconsciente que terá resultados futuros como resposta a esses estímulos psicológicos. Respeitar o gosto da família, em caso de músicas clássicas, religiosas, new age e outras modalidades, desde que façam a criança dormir em paz. Músicas agitadas não servem para dormir pois a criança se acostumará com agitação em casa todos os dias antes de dormir, chorando e perturbando as pessoas dormindo assim cansada e estressada pelo ambiente.

d) Línguas estrangeiras, a primeira impressão da criança:

Algumas famílias de dupla nacionalidade e que têm a necessidade de ensinar a criança a se comunicar em mais de uma língua costumam estimular os bebês desde os 6 meses de idade para vários idiomas, portanto, o sono e o relaxamento também podem ser feitos com músicas em outras línguas. Este é o momento de conversar com a criança, estimulando seu cérebro para a fala e expressões corporais de sentar, rolar, levantar com cuidado pois seu esqueleto não fica em pé sozinha e seus músculos precisam de elasticidade para outros movimentos que estarão se aprimorando no engatinhar diário.

e) Educação física do bebê:

O bebê, assim que conseguir sentar, precisa ser estimulado a se movimentar mais, seja no berço, no tapete, na cama, com o cuidado constate de um adulto. Desta forma ele terá vigor para andar e se levantar mais rápido, até 1 ano e meio de idade. Cada criança tem o seu tempo de andar, seja por estímulos ou condições biológicas, crianças maiores e mais pesadas demoram mais tempo. Por isso o cuidado com os alimentos são importantes, pois a gordura e o excesso de carboidratos de pães e massas dificulta a estrutura óssea do bebê, já o leite e o cálcio dos vegetais ajuda. Frutas e legumes, portanto, são leves e nutritivos essenciais e indispensáveis em qualquer idade. O uso do andador também é uma atividade diária assim que a criança conseguir sentar e ter firmeza nos movimentos.

Curiosidades: O cérebro da criança pequena tem capacidade de aprendizagem primária, feita por meio de repetição, assim, tudo o que será necessário para ela na fase adulta pode ser iniciada de forma sutil e natural durante o sono e com músicas durante o dia, imagens e objetos significativos para que farão parte de sua cultura, como livrinhos de banho, bonecas, animais de brinquedo e sons do chocalho, pianinho, tamborzinho e outros instrumentos.



  1. Atividades recreativas para crianças de 2 a 3 anos:


a) Música e dança: ( trenzinho, marcha soldado,  bate palma, bate o pé, rebolar e sambar, trabalhar o equilíbrio corporal da criança com um pé só)

O brincar nesta fase é muito importante, é o momento de aprender a se equilibrar, movimentar os músculos, se divertir e desenvolver a auto estima, pois a criança precisa se gostar para gostar dos outros, evitando atos de violência no futuro, sentimentos de ansiedade, depressão e outros de ordem emocional. Além disso a dança faz parte da psicomotricidade, ou seja, dos movimentos fundamentais de reconhecimento do cérebro para outras atividades mais difíceis quando crescer, assim como noções de direita e esquerda, alto e baixo, longe e perto, macio e áspero, claro e escuro, grande e pequeno, abrir e fechar, pular e abaixar, dentre outras que ajudarão inclusive na alfabetização e reconhecimento de sentidos, imagens e percepções diversas. Trabalhar também o corpo humano, cabeça, ombros, joelhos, pés, mãos, braços e pernas, o rosto e etc.

b) Desenhos:

Nesta fase a criança precisa rabiscar todos os dias, o ideal seria comprar um caderno de desenhos e no início ajudá-la a pegar no giz de cera grande, ensinar os movimentos segurando na mãozinha e depois que ela observar, deixar rabiscar sem rasgar o papel, que no início acontece por falta de coordenação motora, todo dia será um caminho que ela percorreu a mais e dos riscos virão as bolinhas, dos movimentos circulares virão formas significativas de mamãe e papai com uma cabeça e corpo, irmãozinhos, a babá e amiguinhos a escola. Depois a criança vai tentar escrever, pois ela tendo contato com livrinhos e com um cantinho da história dentro de casa ela saberá o significado de se comunicar com as pessoas escrevendo e fará vários “mmmm” e  “MMMMMM” que inicia a pré-alfabetização.

c) Teatrinhos fantoches: (escovar os dentes dos bonecos, imitar a mamãe e o papai, vestir roupas e acessórios diferentes como chapéu, fazer pinturinha de índio)

O teatro ajuda a criança a ter criatividade, a ter fantasias infantis e demonstrar seus sentimentos para que os adultos ajustem algum problema psicológico que ela esteja guardando. O brincar de animais, índios, personagens de filmes e outros criados por elas faz com que a alegria da infância seja significativa e lembrada futuramente.

d) Brincadeiras: de mímica, senta-levanta, cambalhotinha, futebol, esticar e espreguiçar, colagem de papel crepom e outros materiais, pinturinha a dedo, pintura das mãos e dos pés, carrinho, boneca, corre-cutia, hora da historinha, além da criatividade dos adultos.

As atividades pedagógicas de movimento, pintura, colagem, montagem de mosaicos em E.V.A, ajuda a criança a melhorar a coordenação motora, a atenção, aprender cores, reforçar imagens e conhecer objetos, reconhecer o próprio corpo e conhecer texturas, aprender a colar, cortar com as mãozinhas e se divertir.


  1. Atividades de pré alfabetização e raciocínio lógico para crianças de 4 a 6 anos.

a) Jogos:

Nesta fase a criança começa a perceber que brincar com jogos,isso é importante, seja para respeitar limites, regras e disciplina, seja para compartilhar suas ideias com as outras pessoas. Para isso temos uma pequena lista de jogos a serem trabalhados na medida do possível com crianças desta faixa etária:

  • Jogo da memória
  • Jogo de dominó (trabalhar quantidade, associação e igualdades)
  • Que bicho é esse? ( amostar imagens, fazendo sons para que a criança aprenda os tipos de animais)
  • Jogo de amarelinha (tradicional)
  • Jogo dentro e fora ( criar regras de estar dentro do bambolê e fora)
  • Jogos da criança de quebra-cabeças infantil
  • Lego ( jogos de montar e desmontar)
  • Engenheiro ( jogo de construção de cidades)

b) Pré-alfabetização:

Algumas vezes, pensamos que alfabetização é saber ler e escrever, mas a alfabetização possui 4 fases importantes nessa faixa etária até os 10 anos de idade, normalmente.

  • Rabiscos e reconhecimento de imagens
  • Aprendizagem de letras, sílabas e palavras significativas para a criança
  • Organização de frases significativas e não decoradas
  • Criação e recriação de histórias por meio da escrita utilizando o imaginário.

Atividades relacionadas com a verdadeira alfabetização significativa das crianças de 4 a 6 anos:

  • Palavra mágica ( forca) palavras e frases
  • Karaokê (videokê)
  • Coreografia de músicas já conhecidas (memorização e criação)
  • Com que letra começa? ( amostrar imagens para que a criança escreva e fale com que letra começa o objeto)
  • Massinha ( distribuir cores e formas diferentes para a criança criar)
Curiosidades: para a massinha não endurecer, colocar papel filme em volta de cada cor em bolinha e guardar em sacola plástica.

3. Atividades de aperfeiçoamento infantil para crianças de 7 a 10 anos.

a) Brincar de Barbie, carrinhos e criação de histórias:

Este momento da infância as crianças precisam criar suas histórias, resgatar a fantasia, para tornar-se um adulto com sonhos e esperanças. Porém, é nesta fase que existem as primeiras frustrações de que o coelho da páscoa, a fada do dente e o papai noel, são personagens fictícios e não reais. Por este motivo é importante brincar e saber conversar com a criança mais de perto. Acompanhar sua criatividade e trabalhar noções de certo, errado, competitividade, resgate da auto estima e atividades  lúdicas.


b) Aperfeiçoamento dos cantinhos:

Cantinho da História: confeccionados junto com as crianças, seus desenhos, suas colagens e reportagens, suas curiosidades e gostos.
Cantinho do Pensamento: deixar a criança refletindo no máximo 10 minutos depois de sentar, conversar sobre o problema, olhando no olho dela e explicando o motivo de refletir antes de agir novamente.
Cantinho do Lanche: não deixar a criança lanchar brincando ou perder a noção de disciplina e regras, construídas nos jogos e nas atividades de tempo.
Cantinho do Estudo: nesta fase é importante ter uma mesinha e uma cadeira para a criança estudar quando tiver deveres de casa trazidos da escola e outras atividades mais intelectuais.
Cantinho dos Brinquedos:  se até os 7 anos a criança não tinha um cantinho dos brinquedos, é preciso formar a cultura de arrumar e desarrumar para brincar recolocando tudo no lugar novamente, pois isto ajuda a criança nas suas noções de organização para a vida.
Cantinho da Arte: desenvolver na criança a necessidade de ocupar o seu tempo livre criando formas, cores e coisas novas para seu quarto. (utilizar embalagens recicláveis e expor atividades)

c) Atividades de reforço de aprendizagens:

  • Batatinha frita 1,2,3 pare! ( pode ser feita com música e depois pausá-la observando as estátuas das crianças)
  • Dança das cadeiras
  • Mestrinho mandou
  • Pique esconde ( de preferência ao ar livre)
Pique pega ( de preferência ao ar livre)
Pique alto  ( de preferência ao ar livre e em lugares não muito altos e perigosos)
  • Jornalzinho da semana ( para que a criança escreva as atividades que mais gostou de fazer na semana)
  • Exposição de arte ( fazer pinturas a dedo e/ou pincel e criar um cantinho de exposição)
  • Mini escultura ( utilizar massinhas quase duras para fazer mini esculturas e pincelá-las com cola até secar e expor no cantinho da arte)
  • Reutilizando meus potinhos ( revestir potes de vidro, latas, papelão, caixinhas velhas e de plástico com papel branco usado, jornais e revistas, revestidos de cola por baixo e por cima, passar tinta e verniz depois da tinta e os desenhos secos)
Jogos no computador e internet ( direcionar as atividades em sites infantis como Recreio, Disney, Barbie, http://jogoseducativos.jogosja.com/ e outros)

4. Atividades desafio para pré adolescentes de 11 a 12 anos:


a) Jogos e atividades importantes:

  • Quebra-cabeças acima de 300 peças
  • Lego com peças miúdas e mais difíceis
  • Jogo de dados pense rápido ( fazer uma lista do número 2 a 12 com perguntas básicas, médias e difíceis em que a criança precisará pensar rápido)
  • Mosaico em E.V.A ( cortar pedaços pequenos e disformes de E.V.A de diversas cores e pedir que façam objetos e formas concretas e formas abstratas)
  • Mosaico em Papel Crepon ( esta atividade é um desafio, pois é preciso fazer bolinhas de tamanhos diversos e colar uma forma concreta,como flores, bolas, botas, bonecos e outros trabalhos bem elaborados e observados pelos adultos)
  • Desenhos de personagens da TV favoritos, identificação psicológica com as personagens ( além do desenho, a criança precisa fazer um resumo de como é o perfil daquele boneco)
  • Jogos de computador e video-games são importantes para o raciocínio lógico e estratégico, só é preciso evitar os violentos, os extremamente competitivos e com pouco raciocínio. (acompanhar o jogo da criança, ao seu lado por pelo menos 20 minutos)
  • Xadrez, Dama e jogos de tabuleiro
  • Filmes (assistir com a criança e perceber se ela está entendendo ou não, depois fazer o cantinho dos filmes com desenhos e frases que resumem o que ela achou do filme).

b) Sugestão de Filmes:

  • Os backgrounds
  • Benji - Um Cão Desafia A Selva (Benji, The Hunted)
  • Camelos Também Choram (The Story of the Weeping Camel)
  • Madagascar 1 e 2
  • WALL-e
  • A Era do Gelo 1,2 e 3
  • Cinderela 3
  • Ratatouille
  • Vira Lata
  • Treinando o Papai
  • Encantada
  • A Lenda do Tesouro Perdido
  • Hannah Montana e Miley Cyrus Show: O melhor dos dois mundos
  • As Crônicas de Nárnia
  • High School Musical 3: Ano da Formatura
  • Um Faz De Conta Que Acontece
  • Jonas Brothers 3D: O Show
  • A Montanha Enfeitiçada
  • Up - Altas Aventuras
  • Força G
  • Tinker Bell e o Tesouro Perdido
  • Os Fantasmas de Scrooge
  • Surpresa em Dobro
  • A Princesa e o Sapo
  • Alice no País das Maravilhas (novo)

Lista de filmes DISNEY próximos lançamentos pedagógicos:



Ano de Lançamento
Título original
Co-Produção Com
2010
2010
2010
2010
2010
2010
2010
2010

2011
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2011
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2012
2012


Sugestão de Materiais  KIT PED

  • 1 BLOCO DE FOLHAS, PAPEL CRIATIVO E PAPEL A4 AVULSOS.
  • 1 CAIXA DE MASSINHA, PALITOS DE PICOLÉ E TINTAS GUACHE.
  • 1 CAIXA DE GIZ DE CERA, LÁPIS DE COR E CANETINHAS.
  • 1 PACOTE DE E.V.A PICADO, PAPEL CREPON, TESOURA SEM PONTA E COLA.
  • 1 PAR DE DADOS
  • REVISTAS E JORNAIS SELECIONADOS
  • LIVROS DE HISTORINHA
  • CD COM MÚSICAS INFANTO-JUVENIS.

Autoria: Emmanuela Barros de Almeida - Pedagoga


A Mente entre 2 e 4 anos


Essa é uma passagem importante, pois na idade de 2 anos a criança desconecta o EU do OUTRO. Antes dos 2 anos, a criança não tem noção exata de quem ela é. Por isso, se olha no espelho e não se identifica na própria imagem. Não sabe que é ela mesma que está vendo. Aos 2 anos essa diferenciação já acontece e ela consegue “controlar” a imagem no espelho.
Nesta fase a criança possui apenas o raciocínio concreto.
O abstrato ainda não está formado. Exatamente por isso, que os pais devem cuidar da linguagem que usam. Se você diz “Preciso voar daqui, agora!” ela entende literalmente o que você diz. Ou, “Você parece uma bola de tão gordinho” , faz a criança se imaginar como uma bola. Mas, por que isso é tão importante? Porque, é nesse período que as imagens ficam impressas em nossa mente. Elas podem interferir em nossa imaginação e nos acompanham por muito tempo.
É a fase em que o conhecimento das palavras aumenta, e o aprendizado dos nomes do corpo também. A criança já aprende nomes como joelho, pescoço, orelha….e o nome da genitália masculina e feminina. Geralmente, os pais nomeiam corretamente diferentes partes do corpo, mas nessa área, por um constrangimento dos próprios pais, nomes diversos são dados.
No caso das meninas, nomes como: barata, aranha, perereca e vassoura aparecem como nomes “alternativos” e para os meninos,: pistola, passarinho, documentos, etc… idem. No caso das meninas, são nomes que sugerem nôjo, mêdo e que assustam. São noções passadas e fixadas nesta mente, na fase do concreto e que leva, mais tarde, a encontrarmos adolescentes e jovens com uma imagem distorcida do funcionamento da genitália. Geralmente, apresentam um desconhecimento dessa parte do corpo. Levam uma sensação de “não se pode chegar perto”, é “nojento” ou “não sei direito como funciona”.
Se percebe, nesta faixa de idade, o menino segurando seu pênis, frequentemente, com mêdo de que ele de fato possa “sair voando”. A tentativa de disciplinar o filho com esta atitude, ou “mania”, é frequente. Mas os pais ignoram que este comportamento é causado por eles mesmos. Ou, eles se assustam quando vêm o pai preocupado com seus “documentos” que sumiram.
Como é uma fase onde a criança já começa a perceber o OUTRO, ela já diferencia a expressão de raiva ou de contentamento nos pais. Por isso, não se deve permitir que a criança permaneça no quarto dos pais e presencie a relação sexual, principalmente porque é vista como uma agressão, e não como um ato amoroso. Geralmente, é percebido como uma atitude de agressão do pai, em relação, à mãe.
Como não há pensamento lógico nessa fase, é comum no supermercado a criança segurar um pacote de balas, por exemplo, e não querer largá-lo na saída, no caixa. A mão se desespera, neste momento, interpretando tal atitude como rebeldia. Mas para a criança não existe a conclusão de que, poderá receber depois o pacote de balas. É necessário explicar, e levá-la a observar o processo do caixa, para que ela entenda. Pois ela percebe somente o que vê.
Para entender como o OUTRO se comporta, a criança faz a brincadeira de vestir a roupa da mãe, usar seus sapatos, pois assim vestida como a mãe, ela É a mãe. Então, poderá entender como ela, sua mãe, se comporta. As brincadeiras de pai, mãe, médico, etc… acontecem de maneiras repetidas. Quanto mais ela repetir e fizer esse exercício, mais ela aprenderá o comportamento do OUTRO. (Veja este vídeo ilustrativo…)
É a fase também do Comportamento Aprendido. Se ela machucou a mão e recebeu um carinho, uma atenção maior, ela irá repetir tal fato. Dirá que está com a mão machucada, para novamente receber o mesma atenção. Muitos pais repreendem os filhos, neste momento, imaginando se tratar de uma mentira. Não há nesta fase a consciência do saber enganar o outro. Da mesma maneira que, quando você a proíbe de comer algo e se ausenta. Ela come e como não conclui, não entende como a sua mãe sabe que foi ela que comeu. Também não se trata de “mentiras”. Quando fala sobre monstros, ou conta estórias fantasiosas em excesso. É uma fase de grande imaginação criativa.
Como os meninos têm mais atividade cerebral do lado direito, preferem os carrinhos, pois lidam melhor com espaço e movimento. Já as meninas, têm os dois lados em atividade e lidam melhor com emoções e linguagem. Enquanto as meninas falam mais, mesmo sozinhas, os meninos já começam a preferir jogos com maior contato físico.
É a fase das mordidas, tapas e dos puxões de cabelo. Este é umcomportamento percebido como “agressivo”, no entanto, é perfeitamente normal para esta idade. Isto porque o vocabulário ainda não está desenvolvido e a criança manifesta o que quer através deste comportamento. Em situações assim é suficiente, sempre que ela for bater, segurar a mão dela e dizer: “NÃO PODE; ISSO FAZ DODÓI”.
Antes dos 3 anos, NÃO existe socialização. Ela começa a ser formada a partir de 2 anos e se estabelecendo, por volta dos 3 anos. Exatamente, por isso, que o ideal é que a criança inicie a escola somente por volta dos 3 anos (sem prejuízo algum de aprendizado) e assim mesmo por meio período. Nesse período, é importante que a criança fique com a mãe para que tenha um desenvolvimento emocional saudável e equilibrado. Caso a criança inicie a escola é importantíssimo que a mãe faça o processo de adaptação por completo (<= Leia o artigo neste link).

São diferenças e características fundamentais que ajudam aos pais a terem maior exatidão na conduta com os próprios filhos.



"A BOA MÃE É AQUELA QUE VAI SE TORNANDO 

DESNECESSÁRIA COM O PASSAR DO TEMPO."


A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar

do tempo. Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e

ela sempre me soou estranha. Chegou a hora de reprimir de vez o

impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa,

protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha

hercúlea, confesso. Quando começo a esmorecer na luta para

controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da

frase, hoje absolutamente clara.

Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.

Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que

significa isso.

Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de

mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos,

como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos,

confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas

escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros

também. A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão

umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os

dois lados, mãe e filho.

Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse

vínculo não pára de se transformar ao longo da vida. Até o dia em

que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e

recomeçam o ciclo. O que eles precisam é ter certeza de que estamos

lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no

fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o

conforto nas horas difíceis.

Pai e mãe – solidários – criam filhos para serem livres. Esse é o

maior desafio e a principal missão.

Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto
seguro para quando eles decidirem atracar.
“Dê a quem você Ama :
– Asas para voar…
– Raízes para voltar…
– Motivos para ficar… ” – Dalai Lama”





TEXTO DE MARCIA NEDER


A EDUCAÇÃO ESPÍRITA DA CRIANÇA E SUA IMPORTÂNCIA

Assunto esse que já foi examinado por importantes estudiosos espíritas, encarnados e desencarnados.
Dentre os textos publicados acerca do tema, destacam-se dois:
- Um de Allan Kardec, publicado na ed. de fev de 1864 da Revista Espírita, como título "Primeiras Lições de Moral da Infância";
-Outro de Emmanuel, constante do cap. XXXV da obra que leva seu nome, psicografada em 1938 pelo médium Chico Xavier.
Parece-nos que no meio espírita ninguém tem dívidas a respeito da importância da educação infantojuvenil realizada no lar e complementada na instituição espírita. O que se rerifica, no tocante ao assunto, é uma espécie de acomodação ou indiferença que faz com que tanto no lar, quanto no Centro Espírita, a tarefa seja relega a plano secun dário ou até mesmo negligenciada. Os pais modernos, espíritas ou não, costumam adotar um procedimento estranho e paradoxal.Levam suas crianças à natação, ao balé, ao judô, à aula de inglês, `academia de música, serviços remunerados e acima das possibilidades finaceiras de muitos pais; mas não as levam à escola de educação infantojuvenil que o Centro Espírita e as igrejas em geral oferecem gratuitamente.
Além disso, há pais espíritas que querem, mas não encontram receptividade por parte dos próprios filhos, envolvidos com outros assuntos e interesses.
Certa vez, uma senhora pediu a conhecido palestrante que convencesse suas filhas bem jovens a participar do Evangelho no Lar que ela e o marido mantinham em casa, tarefa que o casal realizava sozinho e da qual não havua meios de fazê-las participar.
O palestrante pergun tou às jovens por que elas não partic ipavam. Elas disseram que o motivo ero h horário: domingo, 9 horas da manhã, não era uma boa hora. Nesse horário elas preferiam estar no clube da cidade com suas amigas. O palestrantr sugeriu que fizessem então a reunião mais cedo: 8 horas, 7 horas, 6 horas... As jovens replicaram: Äí é muito cedo e nós ainda estamos dormindo". "Que tal então à tarde ou `noite? E elas: "Não dá, porque a gente já tem compromisso nesses horários".
Percebe-se, pelo exewmplo citado, que o que falta, em grande número de casos é boa vontade, compreensão da importância da tarefa, consciência de que na vida não podemos cuidar somente do corpo - que é perecível e transitório - ignorando as necessidades da alma - que é imortal e permanente.
No texto de Emmanuel a que nos reportamos, o benfeitor espiritual afirma: "Todas as reformas sociais, necessárias em vossos tempos de indecisão espiritual, têm de processar-se sobre a base do Evangelho. Como? - podereis objetar-nos. Pela educação, replicaremos". (Emmanel, cap XXXV - Educação Evangélica.)
Quanto ao pensamento Kardequiano, é sempre bom relembrar o que Allan Kardec esceveu a respeito do ensino trazido à Terra por Jesus
Ei-lo:
"Podem dividir- em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; e o en sino moral. As quatro primeiras têm sido objeto de controvérsias; , a última porém, conservou-se constantemente inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colar-se, quaisquer que sejam suas crenças, portanto jamais ele constituiu matéria das disputas religosas, que sempre e por toda a parte se originaram das questões dogmáticas. Aliás, se o discutissem, nele teriam as seitas encontrado suas própria condenação, visto que, na maioria, elas se agarram mais à parte mística do que à parte moral, que exige de cada um a reforma de si mesmo. Para os homens, em particular, constitui aquel códogp uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública, o princípip básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigoras justiça. E, finalmente e acia de tudo o roteiro infalível para a felicidade vindoura, o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura." (O Evangelho Segundo o Espiritismos, Introdução
Extraido http://www.oconsolador.com.br/ano7/346/editorial.html

Mães solteiras

É um fenômeno mundial. No planeta inteiro, há milhares de anos, mulheres encaram a maternidade sozinhas.
Hoje até se tornou moda: mulheres independentes e financeiramente estáveis optam por criar os filhos sozinhas.
Mas, na maior parte das ocasiões, a maternidade solitária não é fruto de uma escolha.
Sim, ser mãe solteira é também amargar o abandono, a confiança traída. É encarar o futuro assustada, muitas vezes sem sequer ter saído da adolescência.
Como se sabe, na adolescência e na juventude, tudo parece ser maior, mais intenso e mais profundo do que realmente é.
Por isso, os mais jovens se apaixonam e imaginam que vão morrer de amor. Quando rompem um namoro, acreditam que jamais encontrarão alguém melhor. E as brigas familiares assumem proporções de tragédia.
Tudo isso é preciso ter em mente quando se analisa a questão das mães solteiras, da gravidez na adolescência e das crises que envolvem tais situações.
É óbvio que uma gestação na adolescência não é a situação ideal. Ela atrasa estudos, interrompe sonhos e planos, gera momentos de desconforto.
Mas o que fazer diante do fato concreto? E quando uma filha revela que está grávida, que atitude tomar?
Diante de uma gravidez, os pais entram em pânico e as filhas se desesperam ou se revoltam. Instala-se o caos.
É bem humano e natural que seja assim. É que criamos expectativas a respeito dos outros.
Os pais esperam que as filhas cursem uma Universidade, consigam um bom emprego, namorem, casem-se e constituam uma linda e harmoniosa família.
Por sua vez, as filhas também traçam planos, que às vezes até coincidem com o dos pais. Mas elas também desejam ser felizes, conseguir independência, ter um lar para chamar de seu, com algum conforto e muita alegria.
São projetos. Mas a vida tem surpresas pelas curvas do caminho. E a mais comum situação é ver os sonhos desaparecerem como bolhas de sabão.
E nessas ocasiões vem a pergunta: Como agir? Como ser solidário e bom com a filha grávida, sem deixar de chamá-la à responsabilidade própria?
As respostas a essas questões envolvem duas palavras: amor e sabedoria. Amor para compreender que a filha atravessa um momento delicado.
Muitas vezes foi abandonada, está sem chão, sem suporte. Desnorteada, não consegue ver o futuro. Pensa apenas na gravidade da situação, nos momentos próximos em que terá nos braços um filho.
E ela mesma é pouco mais que uma criança...
Para os pais, a hora é igualmente difícil. Abalados, decepcionados, choram e brigam, externando a dor interna. Mas são mais maduros.
É a hora de ganharem forças para amparar a filha necessitada.
E ajudar a filha mãe solteira não é assumir as responsabilidades dela nem a educação do neto.
Auxílio, nesse caso, é orientação, apoio psicológico e material, estímulo a continuar os estudos, cuidar do próprio filho e seguir em frente.
Por vezes fazemos tempestade em copo d´água. Ao contrário do que muita gente pensa, é possível ter filhos, estudar, trabalhar e concretizar todos os sonhos.
É lógico que tudo será mais trabalhoso e difícil, mas não é impossível. A dificuldade é consequência da invigilância.
Para isso, basta que alguém - pais, namorado, irmão, amigo, parente - faça uma pequena corrente de solidariedade e dê apoio.
Não se trata de assumir o papel da mãe nem suas obrigações. Isso jamais. Trata-se de pequenos gestos que farão toda a diferença no futuro.
Pense nisso!
www.momento de reflexão.com.br


5 fatos sobre a ludoterapia
técnica psicoterápica voltada às crianças


Texto Diego Benine / Foto: Shutterstock 





1. É uma técnica psicoterápica voltada às crianças que parte da premissa que brincar é um meio natural de  autoexpressão infantil. Ou seja: elas são encorajadas a revelar seus sentimentos por meio da brincadeira.

1. É uma técnica psicoterápica voltada às crianças que parte da premissa que brincar é um meio natural de autoexpressão infantil. Ou seja: elas são encorajadas a revelar seus sentimentos por meio da brincadeira.

2. Os jogos e atividades empregados em uma sessão permitem a liberação detensões, frustrações, inseguranças, medos e sentimentos de agressividade.

3. Os pais geralmente agendam uma consulta quando seus filhos apresentam pelo menos um dos seguintes sintomas: insônia, dificuldade de aprendizagem, pesadelos, gagueira, timidez em excesso, irritabilidade e desvios alimentares.

4. Essa modalidade terapêutica também visa estimular a imaginação — sobretudo com histórias de contos de fadas, dragões e feiticeiras.

5. Os antagonistas que aparecem nas narrativas variam conforme o quadro a ser tratado. A ideia é mostrar à criança que eles podem ser vencidos. Esse recurso instiga a coragem e autoconfiança para enfrentar as dificuldades que hão de surgir nas demais fases da vida.





Minha filha, meu filho: só o amor educa.
Não existe educação real sem amor verdadeiro.




Mas você briga, implica, reclama, cobra, inferniza e quer educar. (Calunga)
Por Rita Foelker


A essência da educação é a imitação. Aprendemos repetindo as ações daqueles que temos como referenciais.

A maioria dos pais é muito preocupada em dizer ao filho como agir ou não agir, permitir ou não permitir - o que faz parte da sua função, mas está longe de ser o principal. Já ao falar, precisamos refletir sobre o peso do que estamos dizendo, no significado daquelas palavras para a criatura encarnada como nosso filho ou filha, em como isto vai repercutir dentro de seu ser, agora e no porvir. E pouco ou nada vai significar o que dissermos sem haver experimentado, vivenciado, todas as palavras que não vierem da nossa mais profunda verdade interior.

Mas quando Allan Kardec diz que Jesus é o modelo de perfeição para os seres humanos encarnados na Terra (O Livro dos Espíritos, questão 625), o princípio da imitação está sendo reafirmado.
E o que vem a ser um modelo?... Quando um artista toma uma cesta de flores como modelo para sua pintura, seu objetivo é reproduzir na tela a imagem da cesta, o mais fielmente possível. Quando tomamos Jesus como modelo para nossas ações, nosso intuito é reproduzir em nossas vidas os  ensinamentos e exemplos do Mestre, da melhor maneira que pudermos.

Ensinar é ser. Não podemos realmente educar quando não vivemos as lições. Equivocadamente, valorizamos deveras o saber verbal, pensamos em oferecer conselhos e orientações aos nossos filhos, em lugar de exemplos, e cremos que este é o papel do pai e da mãe. Ao mesmo tempo, se damos exemplos em que eles constatam que nós mesmos não seguimos nossos conselhos e orientações... que espécie de educador estamos sendo? Desde bebês, os filhos são observadores atentos dos pais. Quando crescem, lembram-se de coisas que fizemos, das quais nós mesmos nos esquecemos.
Se passamos tempo de qualidade com eles, se oferecemos atenção sincera e carinho, se saímos a passear e fazemos coisas juntos, tudo isto permanecerá com eles para sempre, e esta é nossa maior herança. E também o modo como encaramos a família e a vida profissional, o jeito como tratamos as pessoas, nossa relação com os estudos e a leitura, nossa atitude perante a Natureza e as pessoas que nos procuram precisando de ajuda.
Imaginamos que herança é dinheiro, bens materiais, o que é compreensível. Mas nosso legado material pode fazer ou não parte do compromisso reencarnatório deles, além do que, não é garantia de saúde e felicidade. O verdadeiro presente que deixamos para nossos filhos, de bens imortais e incorruptíveis, é aquilo que somos. Vai estar sempre em suas memórias, em seus gestos, em suas atitudes.
Oferecemos aquilo que somos, o que nos coloca diante de novas questões: será que conseguimos servir de inspiração para os nossos filhos? Será que eles têm vontade de ser como nós? Será que nós gostamos verdadeiramente daquilo que nos tornamos?
*Em Idéias Fortalecedoras, Ed. GIL




CRIANÇA PRECISA DE LIMITES QUE AS PROTEJAM.

DAR LIMITES É...

-Ensinar que os direitos são iguais para todos.

-Ensinar que existem OUTRAS pessoas no mundo.

-Fazer a criança compreender que seus direitos acabam onde começam os direitos dos outros.

-Dizer "sim" sempre que possível e "não" sempre que necessário.

-Só dizer "não" aos filhos quando houver uma razão concreta.

-Mostrar que muitas coisas podem ser feitas e outras não podem ser feitas.

-Fazer a criança ver o mundo com uma conotação social (con-viver) e não apenas psicológica (o meu desejo e o meu prazer são as única coisas que contam).

-Ensinar a tolerar pequenas frustrações no presente para que, no futuro, os problemas da vida possam ser superados com equilíbrio e maturidade (a criança que hoje aprendeu a esperar sua vez de ser servida à mesa amanhã não considerará um insulto pessoal esperar a vez na fila do cinema ou aguardar três ou quatro dias até que o chefe dê um parecer sobre sua promoção).

-Desenvolver a capacidade de adiar satisfação (se não conseguir emprego hoje, continuará a lutar sem desistir ou, caso não tenha desenvolvido esta habilidade, agirá de forma insensata ou desequilibrada, partindo, por exemplo, para a marginalidade, o alcoolismo ou a depressão).

-Evitar que seu filho cresça achando que todos no mundo têm de satisfazer seus mínimos desejos e, se tal não ocorrer (o que é mais provável), não conseguir lidar bem com a menor contrariedade, tornando-se, aí sim, frustrado, amargo ou, pior, desequilibrado emocionalmente.

-Saber discernir entre o que é uma necessidade dos filhos e o que é apenas desejo.

-Compreender que direito à privacidade não significa falta de cuidado, descaso, falta de acompanhamento e supervisão às atividades e atitudes dos filhos, dentro e fora de casa.

-Ensinar que a cada direito corresponde um dever e, principalmente:
Dar exemplo!

Quem quer ter filhos que respeitem a lei e os homens tem de viver seu dia-a-dia dentro desses mesmos princípios, ainda que a sociedade tenha poucos indivíduos que agem dessa forma.


DAR LIMITES NÃO É...

-Bater nos filhos para que eles se comportem.

-Quando se fala em limites, muitas pessoas pensam que significa aprovação para dar palmadinhas, bater ou até espancar.

-Fazer só o que vocês, pai ou mãe, querem ou estão com vontade fazer.

-Ser autoritário, dar ordens sem explicar o porquê, agir de acordo apenas com seu próprio interesse, da forma que lhe aprouver, mesmo que a cada dia sua vontade seja inteiramente oposta à do outro dia, por exemplo.

-Deixar de explicar o porquê das coisas, apenas impondo a "lei do mais forte".

-Gritar com as crianças para ser atendido.

-Deixar de atender às necessidades reais (fome, sede, segurança, afeto, interesse) dos filhos, porque você hoje está cansado.

-Invadir a privacidade a que todo ser humano tem direito.

-Provocar traumas emocionais, humilhações e desrespeito à criança.

-Toda criança tem capacidade de compreender um "não" sem ficar com problemas, desde que, evidentemente, este "não" tenha razão de ser e não seja acompanhado de agressões físicas ou morais.

-O que provoca traumas e problemas emocionais é, em primeiro lugar, a falta de amor e carinho, seguida de injustiça, violência física.
-Bater nos filhos é uma forma comum de violência física, que, em geral, começa com a palmadinha leve no bumbum.

Texto extraído livro:
"Limites Sem Trauma" de Tânia Zagury.


Para Dedicar Tempo aos Filhos é Preciso Deixar Outras Coisas de lado - Por Sergio Sinay



O escritor Sergio Sinay, 66 anos, é um especialista em vínculos humanos. Sociólogo e jornalista, formou-se na Escola de Psicologia da Associação Gestáltica de Buenos Aires. Requisitado consultor sobre assuntos familiares e relações pessoais, tem vários livros publicados. O mais novo,Sociedade dos Filhos Órfãos, que acaba de sair em português (Editora BestSeller), é uma dura crítica ao modo de vida da atualidade, em que pais delegam a educação e a atenção aos filhos para babás, escolas e até para as novas tecnologias – como celular, televisão e computadores. Esse comportamento transmite aos filhos a noção errada de que basta ter dinheiro para encontrar quem se encarregue daquilo que nos cabe fazer, afirma Sinay, em seu livro.
Casado e pai de um jovem, Sinay diz que o amor é uma construção contínua que se fortalece diariamente com responsabilidade e comprometimento. “Para dedicar tempo aos filhos, é preciso deixar outras coisas de lado”. A seguir trechos da entrevista concedida ao Mulher7x7.
Pergunta - Há uma geração de filhos sem pais presentes nascendo ou ela sempre existiu?
SERGIO SINAY – Sempre houve pais que não assumem responsabilidades e sempre haverá. Mas nunca houve como hoje um fenômeno social tão amplo e profundo a ponto de criar uma geração de filhos órfãos de pais vivos. Pela primeira vez podemos dizer, infelizmente, que os filhos com pais presentes que cumprem suas funções são uma minoria.
Até que ponto a relação dos pais com os filhos reproduz um estilo de vida da atualidade?
Vivemos numa cultura do utilitarismo, em que se busca o material a qualquer preço e por qualquer caminho. As pessoas se medem pelo que possuem e não pelo que são. Os pais correm atrás do material e descuidam de seus filhos que, por sua vez, aprendem a valorizar apenas o bem material. Essa é a fórmula para criar filhos materialistas.
Em vários trechos do livro, o senhor diz estar convencido de que muita gente ficará irritada com o que está escrito. Por quê?
Porque muita gente não gosta de escutar ou ler o que precisa, apenas o que gosta. Os pais de filhos órfãos, em sua maioria, não admitem sua própria conduta e acreditam que ser pai e mãe consiste em comprar coisas para os filhos, matriculá-los em escolas caras, dar celulares e computadores modernos.
O senhor relaciona o fracasso dos pais na educação dos filhos ao medo que eles têm da reprovação infantil. De onde vem esse medo e como fugir dessa armadilha?
O medo vem de uma cultura que transformou as relações humanas em transações comerciais. As pessoas se  enxergam como recursos ou clientes. Os pais tratam de comprar o amor dos filhos e temem que o cliente não esteja contente. O carinho dos filhos não se compra. Amor se constrói com presença, atitudes e assumindo a responsabilidade de liderar o caminho dessa vida em direção à autonomia. Para isso, há que se estabelecer limites, marcar as fronteiras, frustrar. Criar e educar é também frustrar, ensinar que nem tudo é possível. Só assim se ensina a escolher. E só quem escolhe pode ser livre. Os pais, no entanto, têm medo de não ser simpáticos, então se esquecem de ser pais, que é o que os filhos precisam.
Ao se referir ao modelo do passado, em que as mães eram o retrato do sacrifício, e os pais, da disciplina ainda que com distância emocional, o senhor diz que todos sabiam seu papel, algo não acontece hoje. Aquele modo de educar era de alguma forma melhor?
Aquele modo de educar tinha muitas limitações e era muito rígido em muitos aspectos. Mas se sabia claramente quem eram os pais e quem eram os filhos. Os pais não tinham medo de atuar como pais, ainda que às vezes cometessem excessos em sua autoridade. Mas é sempre mais fácil corrigir um excesso do que superar uma ausência. Alguém pode mudar um modelo pobre ou insuficiente. Muito mais grave é não ter modelo.
Ao abordar o problema de jovens envolvidos com drogas e violência, o senhor diz que a solução é os pais terem mais controle sobre o que eles fazem e onde vão. Como não resvalar para a superproteção?
A infância e a adolescência são etapas muito breves da vida e necessárias para o amadurecimento biológico, psíquico e cognitivo. Seremos adultos a maior parte da nossa vida. A adolescência termina entre os 18 e os 19 anos. Quando os pais são ausentes ou não cumpriram suas funções, vemos adolescentes imaturos de 30 ou 40 anos. Se os pais pegam no leme do barco, e realizam esse trabalho com amor, ao fim da adolescência, seus filhos serão pessoas com ferramentas para caminhar pela vida. Terão muito por aprender ainda, mas terão boas bases e um bom sistema imunológico contra os principais perigos sociais. Os limites do controle vão mudando com a idade dos filhos e vão se flexibilizando até desaparecer por completo. Para saber quando e como modificá-los, há que estar presente.
Ao propor que os pais busquem interagir com outros pais para a realização de programas em comum e conversas que afinem experiências e atitudes, o senhor está sugerindo que educar é, de alguma forma, uma obra coletiva?
Educar é uma missão intransferível de quem, biologicamente ou por adoção, criou um vínculo de maternidade e paternidade. A responsabilidade é sempre individual. Conversar com outros pais e empreender projetos comuns, ajuda a afirmar a tarefa e permite a troca de experiências úteis.
Nas grandes cidades, em que muitos pais sequer comparecem às reuniões na escola, não é uma utopia propor essa interação entre os pais?
Sem utopias, não se avança. E se cruzarmos os braços, perdemos a batalha. Muitos casais responsáveis e amorosos se sentem sozinhos, não concordam com o que vêem outros pais fazendo e seguem adiante com suas convicções. Por isso, há que falar e propôr interação, dizer a eles “vocês estão num bom caminho”, compartilhem isso. Quando esses pais começarem a falar descobrirão que muita gente pensa assim também, mas estava em silêncio.
É o caso de uma família evitar certos círculos de pessoas e lugares, e até cidades, se achar que a vida do filho está indo pelo caminho errado?
Não se pode ter medo de tomar decisões, dizer não, proibir certas relações perigosas. Os filhos vão protestar, tentarão transgredir. Isso não é um problema, é parte do processo. Os filhos sempre buscarão transgredir para crescer. O problema é quando os pais viram o rosto, olham para o outro lado, não estabelecem limites ou têm medo dos filhos. Ser pai com amor e presença não significa converter-se em uma pessoa simpática, em um animador de televisão. Às vezes, há que se tomar medidas duras.
O senhor diz que muitos pais usam a suposta importância da qualidade do tempo ao lado do filho para justificar a ausência. O que é qualidade de tempo com o filho, na sua opinião?
Não há qualidade sem quantidade. Em qualquer tarefa para alcançar qualidade é preciso tempo, compromisso, dedicação. O famoso “tempo de qualidade” de que falam muitos pais – e que inclusive tem o apoio de pediatras e psicólogos infantis – é uma desculpa para que os pais não se sintam culpados. Os pais são adultos e um adulto sabe que na vida não se pode tudo. Há que optar. Para dedicar tempo aos filhos, é preciso deixar outras coisas de lado. O “tempo de qualidade” são cinco minutos nos quais os pais culpados dão tudo aos filhos para evitar o conflito. Isso faz muito mal aos filhos. Se não há tempo, não há qualidade. E se não há tempo para os filhos, é preciso pensar antes de se tornar pais. Depois é tarde.
Mas muitos pais não escolhem seus horários, o tempo que perdem no trânsito e, por falta de opção, ficam menos com os filhos do que gostariam. O senhor não acha que os filhos aprendem a diferenciar os pais que nunca estão porque não querem dos pais que não estão porque não podem?
A responsabilidade de ser pais nos obriga a fazer escolhas. É verdade que os pais são demandados por muitas atividades. Mas eu pergunto “são todas obrigatórias?”. Muitas vezes, trabalha-se demais para pagar o que não é necessário. Ser pai e mãe é uma oportunidade para aprender a diferenciar os desejos das necessidades. É uma oportunidade para aprender a diferenciar o que a publicidade vende do que realmente precisamos. Tudo que requer nosso tempo é imprescindível? Podemos trabalhar menos enquanto criamos os filhos pequenos? É possível dividir melhor o tempo entre pais e mães? Por que tem que ser sempre a mãe a que duplica suas tarefas? Por que podemos dizer “não” ao tempo que nossos filhos exigem de nós em vez de dizer “não” aos outros? Se os pais têm sempre tempo para suas obrigações e nunca para seus filhos, os filhos aprendem que essas outras coisas (trabalho, reuniões, encontros sociais, esportes etc) são mais importantes do que eles porque nunca podem ser adiados. Não é obrigação dos filhos compreender os pais (ainda mais quando são pequenos). É obrigação dos pais atender às necessidades dos filhos.Por isso é preciso pensar antes de ser tornar pai e mãe.
O senhor critica também a estratégia de entreter as crianças com DVDs em viagens para elas ficarem quietas. Vemos esse comportamento da não-interação se estendendo à mesa de restaurantes, festas. Onde está o erro dessa atitude?
Ser pai e mãe é um trabalho. Não se pode delegar esse trabalho às novas tecnologias. Essas tecnologias muitas vezes nos conectam mas nos tornam incomunicáveis. Isso se vê especialmente nas famílias, onde todos têm celulares e computadores, mas não mantêm diálogos nem proximidade.
O senhor diz que escola não educa, ensina. O que não se deve esperar da escola?
Educar é transmitir valores por atitudes, vivendo os valores que pregamos. Educar é ensinar que as pessoas são o fim, e não o meio, algo que se passa por vínculos. Educar é transmitir a certeza de que cada vida tem um sentido e há que viver a busca desse sentido. Isso é educar, é o que fazem os pais com presença, ações e condutas. A escola é a grande socializadora que ensina a viver a diversidade e a respeitá-la, que treina habilidades para viver e atuar no mundo, que dá informação vital sobre esse mundo e que é uma ponte para ele. A escola e os pais são sócios, não podem se separar, nem se enfrentar. Tem que atuar de um modo cooperativo. Os filhos são alunos da escola, não clientes. A escola não é um parque de diversões, nem creche, nem shopping. A escola não pode fazer a vez do pai e da mãe. Os pais não podem pedir à escola que ocupe o lugar que eles deixam vago. Pais que não respeitam as escolas ensinam seus filhos a não respeitar as instituições.
Que mensagem o senhor daria para os pais que, sem perceber, estão deixando os filhos de lado acreditando estarem fazendo a coisa certa?
Eu os recordaria que ser pai e mãe foi uma escolha. Em pleno século 21, quem não quer ter filhos não tem, de modo que não há desculpas. Quem tem filhos tem responsabilidades sobre uma vida. Essa vida precisa de respostas. E diria que só há uma maneira de aprender a ser pai e mãe: convivendo com os filhos, estando presentes em suas vidas, errar, pedir desculpas, reparar o erro e seguir adiante, sempre com responsabilidade e presença.
Em seu livro, o senhor deixa claro que educar é um processo contínuo que exige envolvimento e dá trabalho, mas é fato que muita gente opta por soluções fáceis. Que soluções fáceis devem ser postas de lado?
Filhos não vêm com manual de instruções. Cada filho é uma pessoa única. Por isso não há soluções fáceis nem receitas. Nossos filhos nos ensinam a ser pais. Querer que um pediatra, um professor, um psicólogo, a televisão, a internet, uma babá, os avós ou a escola se encarregue dos filhos é buscar uma solução fácil. Pais que procuram esse tipo de solução provam que o problema são eles, e não os filhos. Os filhos nunca são o problema. O grande e maior problema (vício em drogas, alcoolismo, violência juvenil, acidentes de carro, comportamento de risco, doenças novas como obesidade infantil ou déficit de atenção, entre outros) não está nos filhos, nas crianças ou nos adolescentes. Estão nos pais.
É possível impor limites sem ser chato?
Aquele que impõe limites não recebe sorrisos nem aplausos, mas assume responsabilidades e logo colherá frutos.
O senhor afirma que o amor é uma construção. O senhor acredita em amor incondicional?
Como bem dizia Alice Miller, uma extraordinária psicóloga suíça que morreu no ano passado, aos 83 anos, e era uma grande defensora dos filhos, o único amor incondicional que existe é dos filhos para os pais. As crianças precisam muito mais dos pais: para crescer, ser guiadas, ter proteção, ser alimentadas, receber valores e, sobretudo, ser amadas. Os filhos não precisam provar seu amor aos pais, mas se os pais amam seus filhos devem dar a eles provas desse amor, acompanhando seu crescimento, transmitindo-lhes valores, colocando limites, frustrando quando necessário, oferecendo um modelo de vida que faça sentido. Sem isso, o amor será apenas palavras.

Infantolatria: as consequências de deixar a criança ser o centro da família
Além das complicações na vida dos filhos, como dificuldade de socialização e insegurança, deixar a criança comandar a dinâmica familiar pode prejudicar – e muito – o casal
Raquel Paulino 

“Um bebê não tem poder para determinar como será a dinâmica familiar. Se isso acontece, é porque os pais promovem”, afirma psicanalista
As atividades da família são definidas em função dos filhos, assim como o cardápio de qualquer refeição. As músicas ouvidas no carro e os programas assistidos na televisão precisam acompanhar o gosto dos pequenos, nunca dos adultos. Em resumo, são as crianças que comandam o que acontece e o que deixa de acontecer em casa. Quando isso acontece e elas já têm mais de dois anos de idade, é hora de acender uma luz de alerta. Eis aí um caso de infantolatria.
“O processo de mudança nos conceitos de família iniciado no século 18 por Jean-Jacques Rousseau [filósofo suíço, um dos principais nomes do Iluminismo]
chegou ao século 20 com a ‘religião da maternidade’, em que o bebê é um deus e a mãe, uma santa. Instituiu-se o que é uma boa mãe sob a crença de que ela é responsável e culpada por tudo que acontece na vida do filho, tudo que ele faz e fará. Muitos afirmam que a mulher venceu, pois emancipou-se e foi para o mercado de trabalho, mas não: é a criança que entra no século 21 como a vitoriosa. Esta é a semente da infantolatria”, explica a psicanalista Marcia Neder, pesquisadora do Núcleo de Pesquisa de Psicanálise e Educação da Universidade de São Paulo (Nuppe-USP) e autora do livro “Déspotas Mirins – O Poder nas Novas Famílias”, da editora Zagodoni.
Em poucas palavras, Marcia define infantolatria como “a instituição da mãe como súdita do filho e o adulto se colocando absolutamente disponível para a criança”. E exime os pequenos de qualquer responsabilidade sobre o quadro: “Um bebê não tem poder para determinar como será a dinâmica familiar. Se isso acontece, é porque os pais promovem”.
Reinado curto
A verdade é que existe um período em que os filhos podem reinar na família, mas ele é curto. “Quando o bebê nasce e chega em casa, precisa ser colocado no centro das ações, pois precisa ser decifrado, entendido. Ele deve perder o trono no final do primeiro, no máximo ao longo do segundo ano de vida, para entender que existe o outro, com necessidades e vontades diferentes das dele”, esclarece Vera Blondina Zimmermann, psicóloga do Centro de Referência da Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A infantolatria ganha espaço quando os pais não sabem ou não conseguem fazer essa adequação da criança à realidade que a cerca e a mantêm no centro das atenções por tempo indefinido. “Em uma família com relacionamento saudável, o filho entra e tem que ser adaptado à dinâmica da casa, à rotina dos adultos”, afirma a psicóloga.
Segurança ou insegurança?
Na casa da analista contábil Paula Torres, é ao redor de Luigi, de cinco anos, que tudo acontece. Entre os privilégios do garoto estão definir o canal em que a TV fica ligada e o dia do fim de semana em que será servida pizza no jantar. “Acho importante a criança se sentir amada e saber que suas vontades são relevantes para a família”, opina.
Ela conta que seu marido, o também analista contábil Luiz André Torres, não gosta muito disso e constantemente reclama que o filho é mimado demais. “Mas bato o pé e defendo essa proteção. Quando o Luigi crescer, será mais seguro para lidar com os adultos, já que suas opiniões são levadas em consideração pelos adultos com quem ele convive desde já”, acredita.
Não é o que as especialistas dizem. “Se o filho fica no nível dos pais, acaba criando para si uma falsa sensação de poder e autonomia que, em um momento mais adiante, se traduzirá em uma profunda insegurança. Ele sentirá a falta de uma referência forte de segurança de um adulto em sua formação”, explica Vera.
Marcia diz ainda que, ao chegar à idade adulta, esse filho cobrará os pais. “Ele olhará ao redor e verá outras pessoas se realizando independentemente dele. A criança que acha que o mundo tem que parar para ela passar não consegue imaginar isso acontecendo e não está preparada para lidar com a mínima das frustrações. Em algum ponto, acusará os pais de terem sido omissos”.
Para Vera, supervalorizar os pequenos e nivelá-los aos adultos “é o resultado de uma projeção narcísica dos pais nos filhos, que se veem nas qualidades que enxergam em suas crianças”. Marcia concorda: “Isso tudo tem a ver com a vaidade da mãe, que considera aquele filho uma parte melhorada dela própria e, por isso, a criatura mais importante do mundo”.
Os alertas do dia a dia
Muitas vezes, os pais não se dão conta de que estão tratando os filhos como reis ou rainhas, então precisam levar uns chacoalhões da realidade fora de suas casas. “Eles geralmente caem em si quando começa a sociabilização. A escola reclama porque o aluno não respeita as regras, a criança tem dificuldade para fazer amiguinhos porque as outras, com autoestima positiva, não querem ficar perto de alguém que ache que manda em todos”, aponta Vera.
“Em um futuro bem imediato, as reações dos colegas podem fazer a criança perceber que precisa mudar. Ela se comportará com eles como faz com a família e receberá a não-aceitação como resposta. Terá de lidar com isso para ter amigos”, afirma Marcia.
Mesmo assim, ela ainda correrá o risco de não conseguir rever seus comportamentos devido a uma superproteção parental, adverte Vera: “Em alguns casos dá para ela se salvar, mas muitos pais preferem culpar o ‘mundo injusto com seu filho perfeito’, o que impede que ela entenda as necessidades dos outros e reforça seus problemas de inadequação para a adaptação social”.
E como fica o casal?
Além de todas as complicações causadas pela infantolatria na vida dos filhos, ela prejudica – e muito – o casal que a promove. “Na relação saudável, o casal continua sendo o mais importante na família mesmo com a chegada da criança. Se os pais mantêm o filho no centro por mais tempo do que o necessário, acabarão se afastando”, alerta Vera.
“Some o casal. O ‘marido’ e a ‘mulher’ passam a ser o ‘pai’ e a ‘mãe’. E se em uma casa a mãe é a santa e o filho é o deus, onde fica o espaço do pai?”, questiona Marcia. “Muitos tentam entrar, reconquistar seu espaço, mas outros simplesmente caem fora”, constata.
O futuro da infantolatria
Sabendo disso tudo, os pais têm condições de se preparar para evitar os estragos na criação dos filhos. Marcia conta que percebe que as pessoas têm encontrado em sua análise uma saída para a tirania infantil.
“Não sou adivinha, mas creio que o novo arranjo familiar, em que os pais também assumem funções na criação dos filhos e as mães seguem carreiras por prazer, vá ajudar a mudar o panorama, assim como os arranjos homoparentais que começam a ser mais comuns”, diz, para complementar: “Creio que todos os comportamentos continuarão existindo, mas temos a obrigação de trabalhar para reverter esse quadro. O filho não é o centro porque quer, mas porque o adulto permite”.
Vera enxerga o futuro da situação de forma um pouco diferente. “Nossa sociedade é muito apressada e, no geral, não dá espaço para a preocupação com o outro. Isso tende a potencializar esse tipo de problema, a naturalizar para a criança o fato de que ela é o que mais importa, como aprendeu em casa com o comportamento dos pais em relação a ela”, finaliza.

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